Nem tudo é autoestima...
(por Antonio Samarone)
Uma famosa historiadora sergipana, me perguntou: “qual são as raízes da autoestima itabaianense?” Ela queria respostas sociológicas e/ou históricas. Sei lá... Nunca tinha pensado.
A autoestima é interior, reside na alma, não precisa de razões objetivas. Talvez seja objeto da psicologia.
Pensei, a autoestima em Itabaiana é inata. Uma obviedade. Já se nasce com autoestima. É um arquétipo. Ela não se intimidou: “e como se formou esse inconsciente coletivo?” Eu não sei! Peço ajuda...
Talvez o secular isolamento do litoral. O ambiente serrano.
Itabaiana, precisou primeiro ser auto suficiente, berço da autoestima. Perguntaram ao mestre Órpilio, renomado alfaiate itabaianense, o que ele achava da guerra do Vietnã. Ele foi lacônico: “eu só me interesso com o que acontece na jurisdição de quem me encomenda ternos.”
Vladimir Carvalho chamou o seu livro clássico, sobre a história de Itabaiana, de “A República Velha em Itabaiana”, sem a saudável autoestima, seria Itabaiana na República Velha. Percebem a sutileza?
Culturalmente, pensa-se grande em Itabaiana.
Parafraseando Fernando Pessoa: o Rio Jacarecica é mais belo que o São Francisco, pois o Velho Chico não é o rio que corre pela minha Aldeia.
É essa a alma sagrada da autoestima!
Antonio Samarone – Secretário de Cultura de Itabaiana.

Nenhum comentário:
Postar um comentário