O Canto da Verônica. (por Antônio
Samarone)
Das representações religiosas da
Semana Santa, guardo nas lembranças consumidas pelas incertezas da inteligência,
o canto de Santa Verônica, expondo uma réplica do seu véu, com a qual ela limpou
o rosto de Cristo, durante a sua paixão.
Quem era aquela dublê Itabaianense
de Santa Verônica (“vera ícone”), com voz soprano, com os seus agudos incompreensíveis,
em latim, que apresentava o véu (Sudário de Verônica) aos devotos?
Depois fiquei sabendo tratar-se
de Bernadete de Seu Oscar do Quebra Queixo. Itabaiana teve outras Verônicas, mas
a que eu ouvi e a que o canto ficou em minha lembrança, foi o dela. Soube que
ainda é viva, gostaria muito de conhecê-la.
Até hoje eu não sei ao certo se
era o véu que limpou a face de Cristo (Sudário de Verônica), ou uma réplica de parte
do Santo Sudário, o pano de linho que cobriu Jesus, na descida do calvário. Serei
grato a quem puder esclarecer.
O Sudário de Verônica foi
encontrado no ano 525, na cidade de Edessa. Foi levado a Roma e exposto na
Basílica de São Pedro, para veneração dos fiéis. Desde 1638, a relíquia
encontra-se na Igreja da Sagrada Face, na cidade de Manoppello.
Já o Santo Sudário apareceu em
1350, quando se alastrava uma grande Peste na Europa. Essa relíquia encontra-se
na Catedral de Turim. Sobre essa relíquia existe forte polêmica: foi a mortalha
de Jesus, ou uma peça criada por Leonardo da Vinci?
A cópia da relíquia Itabaianense
(ainda existe?) era apresentada como a prova definitiva da passagem de Cristo
pela Terra e de sua ressurreição, mesmo não existindo dúvidas para os devotos.
Foi informado que o Canto de
Verônica continua sendo encenado na Matriz de Santo Antônio e Almas de
Itabaiana, todas as sextas-feiras santas. Não perderei a próxima...
Antônio Samarone.