quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O PARQUE DA SEMENTEIRA


O Parque da Sementeira

Apesar do abandono, o Parque da Sementeira é muito frequentado. O Parque aguarda um destino. O Prefeito anterior encomendou um projeto a Jaime Lerner, que em seu estilo, apresentou uma coisa mirabolante, cheia de lagos, luzes e passarelas. Claro, ficou no papel. Depois de ouvir alguns especialistas, tomei a ousadia de oferecer ao Prefeito Edvaldo Nogueira uma proposta:  - prefeito, transforme o Parque da Sementeira num Jardim Botânico.

Faça em parceria com as universidades, com a EMBRAPA, escolas, iniciativa privada, etc. Os custos serão reduzidos. Um Jardim Botânico não impediria a atual função recreativa, e ajudaria na preservação das matas da restinga, em extinção. Teria ainda funções educativas, de pesquisa, de espaço para a volta dos pássaros, entre outras. O Prefeito prestou a atenção, sorriu e até completou a ideia. Eu sair com a impressão que ele tinha concordado.

Só que hoje, durante a caminhada, observei que estão fazendo um puxadinho numa área da Sementeira (foto). Perguntei o que era, e fui informado tratar-se da ampliação do horto. Só tem um problema: a obra interpõe-se exatamente na cerca que divide o Parque da Sementeira do fundo da EMBRAPA. Aquele terreno da EMBRAPA, sem serventia, tinha sido doado a Prefeitura na gestão anterior. Fui informado que o atual Prefeito devolveu, por não ter interesse em sua utilização. Perguntei ao Prefeito e ele negou. Ocorre, que a proposta do Jardim Botânico precisa de espaço, e esse puxadinho segrega o terreno da EMBRAPA.

Não é justo que o Parque da Sementeira viva de improvisos, um puxadinho aqui, outro acolá. Claro, a administração pode ter uma ideia melhor que a de um jardim botânico. Pode inclusive retirar as repartições públicas que ali funcionam, com me disse o Prefeito, num vai e vem inadequado de veículos. O que me parece é que o Parque não pode ficar abandonado, nem ser feito a base de improvisos. O poder municipal, que administra a área, precisa planejar um destino para o Parque da Sementeira.

Antônio Samarone.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O NOVO ELEITOR


O novo eleitor.
A confissão de quebradeira do estado, feita por Jackson Barreto na TV, repercutiu na opinião pública. O governador falou como se não tivesse nada a ver com o fato, como estivesse diante de uma fatalidade. O jornalista Claudio Nunes cobrou explicações. A verdade é que o governo das mudanças (MDB/PT) assumiu com muito dinheiro em caixa e, após dez anos, encontra-se devendo, quebrado, e sem conseguir manter as obrigações do dia-a-dia. Os indicadores econômicos e sociais despencaram em Sergipe.
A sociedade aguarda um diagnóstico: como chegamos ao fundo poço e quais os caminhos para a superação? Ao governo não basta a constatação do desastre, é preciso identificar os erros e apontar os consertos. Para o governo das mudanças permanecer no comando do estado, como pretende, não basta a cooptação dos chefes políticos, o tradicional troca-troca; será preciso uma mea-culpa, um reconhecimento dos malfeitos, e de novas promessas.
As oposições também precisam de uma boa narrativa. As críticas genéricas e as promessas de solução, sem apontar os caminhos, não serão suficientes. Por enquanto, nada de consistente. Tudo ainda pode acontecer, até mesmo a composição de uma parte da oposição com o governo. Quem está no governo sair, largar o osso, já é mais difícil. Mas pode haver um realinhamento nacional que repercuta em Sergipe. Por exemplo: quem vai comandar o MDB em Sergipe nas eleições? Como se dizia no Império: “nada mais parecido com um conservador que um liberal no governo”. Existem variáveis em aberto, indefinidas, e Sergipe é pródigo nessas misturas de última a hora.
Esse tipo de raciocínio é supondo que a crise está mudando as consciências, e que teremos um novo eleitor em 2018. Se não, esqueçam tudo. No jogo tradicional vale as composições de bastidores, os compromissos espúrios, os acertos, o toma lá dá cá, o leilão dos espaços públicos, as sinecuras e os privilégios. Em resumo, o poder econômico continuará decidindo a política, e o eleitor um simples figurante.
Antônio Samarone.

A MINHA SINA É SER MINORIA


A minha sina é ser minoria!
O CINFORM divulgou que apenas 11% dos aracajuanos aprovam a administração de Edvaldo Nogueira. Sem questionar a pesquisa, eu sou dessa turma que aprova. João Alves deixou a casa desarrumada. No primeiro ano o atual o Alcaide regularizou o pagamento do funcionalismo, pôs a limpeza da cidade em dias, arrumou recursos federais, cuidou do Natal, viabilizou o réveillon, concluiu obras inacabadas e está recapeando as vias públicas. Claro, tem muita coisa a fazer e que não foi feita, mas a gestão é boa. Será se o pessoal está esperando a cidade ficar inteligente? Calma, isso foi apenas uma frase de efeito do marqueteiro.
Será se esse rigor na avaliação de Aracaju é por falta do tal “carisma” ao Prefeito? Qualquer avaliação deve ser comparativa, eu acho. A avaliação de Edvaldo é ruim comparada com a de quem em Sergipe, com a administração estadual? O governador é conhecido por ser bom de carisma e um mau gestor. O Estado está pedindo socorro há muito tempo. E os demais prefeitos de Sergipe? Fizeram até greve. Se fala bem de um ou outro. Os tempos no Brasil são difíceis. O que eu escuto nas avaliações de Edvaldo, além da falta de carisma, é que ele não é líder, não pertence a nenhuma corriola política, é pragmático, aceita ajuda de qualquer um e anda meio desarrumado. Mas o que está sendo avaliado é se ele administrou bem a cidade ou não, e nesse quesito eu acho que sim.
Antônio Samarone.

sábado, 23 de dezembro de 2017

A MISSA DO GALO


A Missa do Galo.

O Natal vem de longe. Muitos cristãos lamentam que perderam a data para Papai Noel, e alertam que o Natal deveria comemorar o nascimento de cristo, longe dessa orgia de consumismo. Contudo, o mercado monopolizou o Natal. Será se Cristo nasceu mesmo em 25 de dezembro?  O inverno é rigoroso para as bandas de Israel nesse período, e esse menino numa estrebaria. Sei não...

Dizem os antigos que o Natal era uma festa pagã, chamada de Natalis Solis Invicti ("nascimento do sol invencível"), em homenagem a Mitra, deus persa. Enfeitar árvores, iluminar ruas, trocar presentes, reunir-se em torno de uma mesa farta é festa pagã. Os romanos cristianizaram o Natal por volta do ano 354, e passaram a comemorar o nascimento de Cristo. De uns tempos para cá, o mercado tomou a data de volta e instalou o Papai Noel no Trono.

Em meu universo infantil não existia Papai Noel. Natal era o aniversário de Cristo, e a solenidade máxima era a missa do galo. Ninguém fazia nada antes da missa, geralmente cantada, cheia de pompas. Depois, só depois, íamos a feirinha de Natal, a parte pagã da festa. No meu caso, sem ceias e sem presentes. Do consumismo só uma roupa nova, não se ia ao Natal com roupa usada, mesmo os pobres. A feirinha de Natal era um modesto parque de diversões num terreno empoeirado e bancas de jogos de azar. Sorteava-se de tudo, em especial a goiabada peixe. Os mais abastados comiam arroz amigo com galinha de capoeira, na hora de ir embora.

Portanto, esse Natal de mercado não me atrai. Não gosto de Papai Noel, nunca achei graça, acho-o dissimulado. Nem a ceia me alegra, não gosto de peru e estou de dieta. Tenho saudades somente da missa do galo, que os católicos abandonaram. Acho que foi depois do Concílio Vaticano II. Li uma crônica nas redes sociais, feita por um padre amigo, que escreve bem, mas não falou na missa do galo. Até o padre esqueceu. Acho que o mercado impôs Papai Noel porque facilitamos. Quero a missa do galo de volta, e a meia-noite.

Antônio Samarone.  

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O MOVIMENTO ESTUDANTIL


O Movimento Estudantil é Internacional.

O movimento estudantil no Brasil passou por mudanças nas últimas décadas. A UNE, os DCEs e os Centros Acadêmicos perderam protagonismo nas lutas sociais, força junto aos estudantes e importância política. A afirmativa é quase consensual, com poucas discordâncias.

Mas a luta social continua e a história não chegou ao fim. Na quinta-feira (21/12) assisti a uma ação de estudantes de medicina em Aracaju, no Calçadão da Praia Formosa, em parceria com a equipe de saúde pública de Almir Santana. Até aí nenhuma novidade. Ocorre que os estudantes eram organizados pela “International Federation of Medical Students Associations” (IFMSA), uma organização internacional que congrega 1,3 milhões de estudantes, presente em 127 países.

Os estudantes de medicina de Sergipe, organizados pela IFMSA, distribuíram panfletos educativos, ajudaram no trabalho de Almir Santana e abraçaram o laço vermelho, símbolo do combate a AIDS, com velas acesas. Estavam presentes ao ato, alguns portadores do HIV. Os estudantes, pelo que entendi, faziam um ato de aproximação com a sociedade, um ato de compromisso com a saúde pública. De certa forma um protesto, contra os distanciamentos dos cursos de medicina do trabalho social. A IFMSA, pelo que li depois, quer reunir pessoas para trocar, discutir e iniciar projetos para criar um mundo mais saudável.  

Pelo sim, pelo não, os jovens estudantes estavam nas ruas num trabalho de promoção e prevenção a saúde. Ainda não sei como funciona o IFMSA, seria um “Rotary” de estudantes de medicina? Como velho sanitarista, que pensava já ter visto quase tudo no movimento sanitário, fui surpreendido positivamente. Uma parte dos estudantes de medicina em Sergipe está organizados pela “International Federation of Medical Students Associations” (IFMSA). Quem quiser saber mais, veja o link: https://ifmsa.org/

Antônio Samarone.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

MESTRES DA MEDICINA EM SERGIPE - Gilson Feitosa.


MESTES DA MEDICINA EM SERGIPE.

GILSON SOARES FEITOSA – Nascido em Aracaju, em 21 de janeiro de 1947, filho do contabilista Manoel Feitosa e da professora Gisela Soares Feitosa. A família é de Porto da Folha. Gilson tem um irmão, o engenheiro Gilvan Soares Feitosa. O curso primário foi realizado na Escola Menino Jesus, deixando excelentes recordações, sobretudo as aulas de “descrição”; o ginásio foi dividido, os dois primeiros anos no Jackson de Figueiredo, e os dois últimos no Salesiano. A mudança teve um bom motivo: Gilson Feitosa adorava futebol, e no Salesiano este esporte era estimulado. Ele foi meio-campista do Estrela, destacado time de pelada, quase imbatível em suas hostes. Gilson é torcedor do Sergipe. Até os 14 anos, viveu e brincou livremente nas ruas do Aracaju. Gilson não se destacava nos estudos, fazia as tarefas, mas sem a dedicação posterior, que só começaria no glorioso Atheneu Sergipense, onde fez o científico.

A partir do Atheneu Sergipense, Gilson Feitosa recebeu a influência de grandes professores: Marcos Pinheiro, na química; Fedro Portugal, na biologia e Leão Magno Brasil, na matemática. Tomou gosto pelos estudos, e passou a ler, ler muito, devorar os livros. Isso lhe abriu a mente. Logo cedo despertou para a beleza da biologia, e decidiu que seria médico. Durante o 2º ano científico, frequentou o pré-vestibular beta, dos professores Fedro Portugal, Eduardo Garcia e Caetano Quaranta. Mesmo na época já existindo Faculdade de Medicina em Sergipe, a fama da primeira faculdade de medicina do Brasil, lhe empurrou para a Bahia. No segundo semestre do 3º ano científico, transferiu-se para o famoso Ginásio Central da Bahia. Para sua surpresa, notou que a bagagem levada de Sergipe era suficiente. No vestibular da Federal da Bahia de 1965, três sergipanos saídos do Atheneu, passaram em primeiro lugar: Gilson Feitosa na medicina, Carlos Henrique na engenharia e George Felizzola em geologia. Na mesma turma de medicina estudaram os sergipanos Rinaldo Prado e Leila Andrade. Alguma dúvida sobre a qualidade o ensino público em Sergipe, na época?

Durante o curso de medicina Gilson Feitosa aproximou-se do destacado professor Heonir Rocha, piauiense, catedrático de terapêutica clínica, Reitor da Universidade Federal da Bahia. Essa amizade durou para sempre. Gilson Feitosa concluiu com brilhantismo o curso de medicina em 15 de dezembro de 1970. Após a formatura, dois fatos importantes: casou-se com a baiana Ana Lúcia Freitas Feitosa, amor de sua vida, e vai fazer residência médica nos Estados Unidos. Cursa a residência em medicina interna no Medical College da Pennsylvania de 1972 a 1973; e a residência em cardiologia no Medical College da Pennsylvania de 1973 a 1975, nos EUA. Nesse período, a cardiologia está passando por grandes transformações. Antes, só o estetoscópio a radiografia de tórax e o eletrocardiograma. Em 1970, O cirurgião argentino René Favaloro, criou a cirurgia de ponte de safena; e em 1977, Andreas Gruentzig realizou a primeira angioplastia com balão. A cardiologia dispara. Gilson Feitosa conclui os estudos nos EUA cheio de conhecimentos e novidades.

Depois de muitas dúvidas, Gilson Feitosa decidiu retornar ao Brasil, a sua esposa estava grávida e ele queria que o seu filho fosse brasileiro. Em 1975 ele voltou, e voltou para a Bahia. Começou a trabalhar na clínica privada, e já em setembro, Gilson foi aprovado em concurso público para professor de medicina na Federal da Bahia. Em 1978, quando terminou o estágio probatória, o seu contrato não foi renovado, mesmo ele concursado. Atribuiu-se as disputas internas na UFBA, e ao fato dele pertencer no grupo de Heonir Rocha. Esse fato levou a uma demorada greve estudantil.

Gilson Feitosa cansou-se com o aborrecimento e, em 1979, aceitou o convite para ser professor titular da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, onde permanece até hoje. Assumiu o cargo de coordenador da residência em cardiologia do Hospital Santa Izabel, da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, em 1982, permanecendo até o momento. Assumiu a direção de ensino e pesquisa do mesmo hospital, desde 2005, permanecendo até o momento. Foi presidente da comissão científica da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) de 1989 a 1991 e de 1993 a 1995; presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) 1999-2001; e presidente da Sociedade Sul-Americana e Cardiologia (SSC) de 2004-2006. É membro da Academia de Medicina da Bahia, desde 2004.

Gilson Feitosa tem três filhos, Gilson Soares Feitosa Filho, Luciana Feitosa Seabra e Gustavo Freitas Soares, todos médicos cardiologista, e tem quatro netos. Como professor de medicina e conceituado mestre de várias gerações, Gilson Feitosa tem uma preocupação: os atuais médicos estão se formando com um elevado acervo de conhecimento e baixo discernimento. Perderam a reflexão e a capacidade de análise. A boa conduta, a atitude ética não se aprende pela internet, precisa-se do exemplo do professor. Exemplos cada vez mais raros. “Precisamos de uma reordenação do ensino médico no Brasil, a exemplo do realizado por Abraham Flexner no inicio do século XX, nos Estados Unidos”, disse o mestre.

Antônio Samarone.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

GENTE SERGIPANA


Padre Padilha.

José Padilha de Oliveira nasceu a 10 de outubro de 1939, em Tobias Barreto (SE), filho de Pedro Correia de Oliveira e Alzira Padilha de Oliveira. Fez as primeiras letras no grupo escolar de Tobias Barreto. Mudou-se para Aracaju aos 12 anos, estudando o ginásio e científico no Arquidiocesano.

Estudou filosofia e teologia Seminário Maior Imaculada Conceição, em Viamão (RS), ordenando-se sacerdote em 1965, pelo cardeal Dom Vicente Scherer, na igreja São Sebastião, em Porto Alegre.

Retornando a Aracaju foi designado por Dom Távora para assumir a direção do jornal "A Cruzada", e designado o primeiro pároco da igreja São Pedro e São Paulo, no bairro 13 de julho. Foi padre por nove anos. Deixando a batina ingressa no curso de direito da UFS, formando-se em 1973. Ingressou nos quadros da Defensoria Pública. Casou-se em 4 de outubro de 1980, com Edeilza Melo, e tiveram dois filhos, Fábio Melo Padilha de Oliveira e Liziane Padilha de Oliveira.

O padre Padilha é o orador oficial da irmandade “CORECON”, que se reúne há mais de trinta anos, todas as segundas-feiras, atualmente na sede da SOMESE. O padre Padilha mantém o estilo da oratória sacra.
Antonio Samarone.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

O HERDEIRO DO PFL EM SERGIPE.


O herdeiro do PFL em Sergipe.

Mesmo discordando da linha política do PFL (Dem), não posso desconhecer que eles mandaram em Sergipe. João Alves foi governador por três vezes, prefeito de Aracaju por duas, ministro, e liderou a política por longos anos. Maria do Carmo senadora por dois mandatos. Quem seria o herdeiro desse legado?

Mendonça Prado se criou na política sob o guarda-chuva da família Alves, seria o herdeiro natural. Porém, circunstancias, emoções e imprevistos desviaram o herdeiro nos últimos anos. Mendonça subiu no palanque dos adversários, negou o PFL, prestou serviços e foi recompensando politicamente. Mas as diferenças rebrotaram, Mendonça se desentendeu e saiu atirando. O primeiro impulso foi procurar um partido disponível, improvisar uma candidatura a governador, e se apresentar como uma novidade eleitoral. Como as coisas na política estão confusas, Mendonça Prado passou a pregar nas mídias: esqueçam tudo, agora eu sou a portador do novo. Sigam-me!

Um imprevisto mudou essa história: o Dem (PFL) ficou órfão em Sergipe. O Partido foi a leilão: quem quer? Vai para fulano, vai para sicrano... De repente, num gesto de coerência, a família Alves revelou o seu testamento político: o herdeiro é Mendonça Prado, e o PFL é dele. Como rejeitar o que já era ideologicamente dele?  Mendonça Prado se aquietou com esse prurido mudacionista (como dizia Odorico Paraguaçu) e voltou ao ninho. Agora vai defender o legado de João Alves e Dona Maria, claro com as atualizações, e certamente encontrará uma parte do eleitorado disposta a ouvi-lo.  

Antônio Samarone.  

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

A CIDADE DA ESTÂNCIA


A Cidade da Estância

Tirei a manhã para visitar a tradicional cidade da Estância, berço de intelectuais, com suas escolas de piano, sua imprensa combativa, seu casario suntuoso, considerada cidade jardins, pelo Imperador Pedro II, vanguarda da civilização em Sergipe. A Estância de Raymundo Silveira Souza, Prefeito por três vezes, exemplo para Sergipe.

Citando Edilberto Campos: “A Estância das praças ajardinadas e da limpeza das ruas, dos edifícios comerciais e residenciais revestidos de lindos azulejos portugueses e ornados de estatuetas de louça esmaltada, mostrando a opulência da época em que por ali saiam em vapores e veleiros, caixas de açúcar, fumo de rolo e algodão em fardos, e entravam as sedas e objetos de luxo, importados diretamente da Europa, ou via Bahia” – Acabou! A Estância da papelaria de João Nascimento acabou. O fantasma de “Nô Galo” está entristecido com o destino da Estância.  

Encontrei uma Estância em decadência: o belo casario despencando, o tradicional azulejo português destruído, a catedral de Nossa Senhora de Guadalupe fechada (“para reformas”), há anos. A cidade padece de uma injustificada pobreza, visível em passeio pela Capitão Salomão. A cidade da Estância está precisando da iniciativa dos seus líderes, para retomar o seu destino histórico. A recente notícia da instalação de uma faculdade de medicina, pode ser um primeiro passo.

Antônio Samarone.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

FRAGMON CARLOS BORGES


Fragmon Carlos Borges, Filho de Francisco Carlos Borges e Maria Lali Carlos Borges, nasceu a 12 de abril de 1927, em Frei Paulo - Sergipe, redator da revista Época (1948/1949), dirigida pelo jovem Walter Sampaio. O primeiro número da revista sergipana saiu em agosto de 1948, com destaque para um artigo do Dr. Walter Cardoso, sobre a fome em Sergipe; uma resenha sobre Monteiro Lobato, ilustrada por Álvaro Santos; um artigo de Walter Sampaio sobre Pablo Neruda; um conto inédito de Carvalho Neto; e poemas de José Sampaio e Bonifácio Forte. Gente, alguém possui essa revista? Quantos números foram publicados? Fragmon escrevia para A Verdade, folha do PCB, dirigida por José Waldson Campos.
No final dos anos 50, Fragmon Carlos Borges foi o editor-chefe, no Rio de Janeiro, do jornal Novos Rumos, de circulação nacional, pertencente ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). O Jornal Novos Rumos foi publicado entre 1959 e 1964, com uma tiragem de 60 mil exemplares. Novos Rumos foi fechado pelos militares, em 01 de abril de 1964. Fragmon Carlos Borges, editor-chefe durante quase toda a existência do jornal, morreu em São Paulo, durante a ditadura, de enfarte fulminante, ao qual certamente não estiveram alheias as tensões da clandestinidade, de onde continuava a fazer a imprensa partidária possível.
O jornalista Gilfrancisco Santos, tem pesquisado sobre o tema, em recente publicação no Observatório da Imprensa, falando sobre a “imprensa estudantil e a formação de jornalistas em Sergipe”, cita Fragmon. A memória de Fragmon Carlos Borges não pode ser apagada.
A noticia da foto foi publicada no Correio da Manhã (RJ), em 03 de maio de 1940 , terça- feira.
Antônio Samarone.

domingo, 10 de dezembro de 2017

ARACAJU NA HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA

Aracaju na história da saúde pública.


Em 1936, O higienista Evandro Chagas, filho do famoso Carlos Chagas, deu início às pesquisas sobre a leishmaniose visceral no Brasil. Em março deste ano, ele anunciou, em uma nota prévia no periódico Brasil-Médico, o encontro do primeiro caso vivo de leishmaniose visceral no Brasil. “[...] tivemos a oportunidade de encontrar o primeiro caso clínico autóctone de kala-azar do Brasil” (CHAGAS, 1936a: 221).  Identificado como L. F., o jovem de 16 anos da cidade de Aracaju (SE) encontrava-se enfermo havia cerca de um ano e meio e já havia perdido sua mãe e irmã; supostamente os três haviam contraído a doença na mesma ocasião. Evandro Chagas declarou que os aspectos do desenvolvimento da doença ocasionada pelo parasita em questão eram “parecidos com os da Leishmania donavani” e nomeando a doença investigada pelos pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz de “leishmaniose visceral do Brasil” (CHAGAS, 1936a: 221-222). Nessa primeira nota, já se referiu à doença como uma possível entidade mórbida local, diferente daquelas encontradas na África, no Mediterrâneo e na Índia. 

O TESTAMENTO DE OSWALDO CRUZ


O Testamento de Oswaldo Cruz.

Cercado pela família e por amigos, entre eles Carlos Chagas, Belisário Pena e Salles Guerra, o grande sanitarista morreu em casa, de insuficiência renal, às 21h10 do dia 11 de fevereiro de 1917, aos 44 anos de idade. Num texto escrito a lápis, pouco antes de sua morte, Oswaldo Cruz formulou as suas últimas vontades, onde se lê no documento aqui reproduzido:

“Desejo com sinceridade que não se cerque a minha morte dos atavios convencionais com que a sociedade revestiu o ato da nossa retirada do cenário da vida. Pelo respeito que voto ao pensar alheio não quero capitular de ridículo esses atos: julgo-os para mim completamente dispensáveis e espero que a família que tanto quero, se conformem com esses inofensivos desejos que nasceram da maneira pela qual encaro a morte, fenômeno naturalismo ao qual nada escapa.

Tão geral, tão normal, tão banal é que julgo absolutamente dispensável de frisá-la com cerimonias especiais. Por isso desejaria que se poupasse aos meus a cena de vestimenta do corpo que bem pode ser envolvido num simples lençol. Nada de convites ou comunicações para enterro, nem missa de sétimo dia. Nem luto tão pouco. Este traz-se no coração e não nas roupas. Peço encarecidamente aos meus que não prologuem o natural sentimento que trará a minha morte. Que se divirtam, que passeiem, que ajudem ao tempo na benfazeja obra de fazer esquecer. Não há vantagem alguma de amargurar com lagrimas prolongadas os tão curtos dias de nossa existência. Portanto, que não se usem roupas negras que além de tudo são anti-higiênicas em nosso clima; que procurem diversões, teatros, festas, viagens, afim de que desfaçam essa pequena nuvem que veio empanar a normalidade do viver de todos os dias. É preciso que nos conformemos com os ditames da natureza.

A meus filhos peço que se não afastem do caminho da honra, do trabalho e do dever, e que empunhem como fanal e o elevem bem alto o nome puro e honrado e imaculado que herdei como o melhor patrimônio da família, e que a eles lego como o maior bem que possuo.

À minha esposa querida, tão sensível, tão difícil de se conformar com as dores da nossa vida, peço que não encare a minha morte como desgraça irreparável; peço que se console com rapidez e não deixe anuviado pela dor esse espírito vivaz, inteligente, espirituoso, que constituía a alegria do nosso lar e o lenitivo pronto para os sofrimentos que por vezes deparávamos.

Aí ­ficam nossos filhos, outros tantos rebentos em que vamos reviver, garantias seguras da nossa imortalidade que se encarregarão de levar através do espaço e do tempo as porções de nosso corpo e de nosso espírito de que os ­fizemos depositário, quando ao mundo vieram.

Quanto aos bens de fortuna que deixo, espero que sejam divididos por minha esposa entre os ­filhos. Espero e rogo que nunca a questão de bens materiais venha trazer a menor discórdia entre os meus: seria para mim a mais dolorosa das contingências. Peço aos meus ­filhos que acatem sem discussão a divisão que deles ­fizer minha esposa. “
Oswaldo Cruz.

Créditos: Projeto gráfico - Mara Lemos Pinhão/SCV/Icict/Fiocruz Colaboração (pesquisa histórica) - Alexandre Medeiros/Biblioteca/ENSP/Fiocruz Fotos - Acervo da COC-Fiocruz / Fiocruz Multimagens -Vinicius Marinho / Publicação - As Grandes Figuras do Brasil em Quadrinhos, ed. Brasil-América, no 2 Cruz, Oswaldo Gonçalves. Testamento. In: Opera Omnia, Rio de Janeiro, 1972, p.740-741

A OFTALMOLOGIA EM SERGIPE

Oftalmologia em Sergipe

Até as primeiras décadas do século XIX a oftalmologia era apanágio dos cirurgiões aprovados, que realizavam operações de catarata, fístula lacrimal e enucleação do globo ocular.  Os autores antigos responsabilizavam a sífilis, as febres intermitentes e o reumatismo pelo desencadeamento de muitas lesões oculares. Algumas afecções importantes da oftalmologia: conjuntivite, terçol, sapiranga, oftalmia purulenta ou tracoma.

A cátedra de oftalmologia somente foi instalada nas faculdades brasileiras em 1873. Entretanto, muito antes, médicos conhecedores da especialidade já a praticavam na Corte. O mais afamado deles, em meados do século XIX, foi Charles Joseph Frederic Carron du Villard (1800 – 1860), italiano, natural da Savóia, e naturalizado francês. Morreu no Rio de Janeiro, para onde viera em 1857. Dirigiu o consultório de olhos da Santa Casa de Misericórdia, onde teve como assistente o médico francês Louis-François Bonjean (1808 – 1892). Foram membros da Academia Imperial de Medicina.

Carron du Villard foi um verdadeiro chefe de escola na Santa Casa. Seu discípulo mais importante foi o médico paraense Manuel da Gama Lobo. Sucedeu Carron na direção do serviço na Santa Casa. Foi o primeiro a usar o oftalmoscópio, inventado pelo alemão Helmholtz em 1851, no Brasil. Gama Lobo publicou vários trabalhos sobre a oftalmologia.

Outros oftalmologistas renomados que exerceram a profissão no Rio de Janeiro foi Hilário Soares de Gouveia, o primeiro a ocupar a cátedra de doenças dos olhos e Fernando Pires Ferreira, piauiense, formado em Paris, que vai ocupar o serviço da Santa Casa. Pires Ferreira teve como principais discípulos o oftalmologista Rego Lopes e o sergipano José Antonio Abreu Fialho. Outros importantes, o cearense José Cardoso de Moura Brasil e outro sergipano José Lourenço de Magalhães. 

A igreja católica considerou Santa Luzia a padroeira dos portadores das afecções oculares. Abusava-se de colírios e remédios caseiros: suco de cansanção (Jatropha urens). Sumo frescos de brotos de imbaúba (Crecópia). Esterco de jacaré e água boricada. Em 1854 fundou-se no Rio de Janeiro o Imperial Instituto dos Meninos Cegos.

 Na história do ensino médico no Brasil a cadeira de “oftalmologia” clínica foi uma primeira disciplina especializada a ser instalada. Na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro a cadeira foi criada em 1873, e teve como seu primeiro professor o eminente cientista Hilário Soares de Gouveia. O Doutor Hilário, por divergências políticas com o recém instalado regime republicano, ensinou somente até o ano de 1895. Para ocupar essa vaga, submete-se e é aprovado em concurso público no ano de 1898, o médico sergipano José Antonio de Abreu Fialho, que se estabelece como lente catedrático de oftalmologia a partir de 1906, indo desempenhar um papel marcante na consolidação da especialidade no Brasil.

O Dr. Jose Antonio de Abreu Fialho natural de Aracaju, filho de Tito de Abreu Fialho, Delegado Fiscal da União, e D. Maria José de Abreu Fialho, nascido a 20 de janeiro de 1874. Bacharel em Ciências e Letras pelo Imperial Colégio Pedro II, matricula-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, recebendo o grau de doutor em 16 de janeiro de 1897, defendendo a tese “A oculística perante a patologia: perturbações oculares nas moléstias cerebrais”.  Fez especialização em Viena na clínica Fuchs.

O seu filho, Sílvio Abreu Fialho, escreveu uma biografia do Pai, chamada “Páginas Viradas”. Durante a sucessão de Gracco Cardoso no Governo de Sergipe, o Presidente Arthur Bernardes procura um sergipano ilustre, e não envolvido com as disputas políticas locais. A personalidade consultada foi o Dr. Fialho, que de pronto não aceitou, alegando não conhecer Sergipe, e não querer deixar as atividades clínicas. Com a rejeição de Fialho, o escolhido foi o diplomata Ciro Franklin de Azevedo. 

A SBO - SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA - foi fundada em 6 de setembro de l922, por JOSÉ ANTONIO ABREU FIALHO, catedrático de Oftalmologia da Faculdade de Medicina e Farmácia do Rio de Janeiro e Diretor da Faculdade por mais de 10 anos.


A extraordinária contribuição de FIALHO, ao desenvolvimento da oftalmologia brasileira, tem seguidores desde então, na liderança da especialidade e qualquer tentativa de citar nomes, correrá o risco de ficar incompleta, gerando injustiça. O Dr. Abreu Fialho faleceu a 17 de março de 1940.
Antonio Samarone.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

SERGIPE NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA


Sergipe na contramão da história.

Não é segredo que as energias sustentáveis (eólica, solar, biomassas, etc) representam o futuro. O mundo anda nesta direção. No Brasil, o Nordeste representa o polo mais avançado da renovação de fontes energéticas. O Rio Grande do Norte, por exemplo, possui 122 Usinas Eólicas em operação e mais 25 sendo construídas. O Piauí inaugurou o maior parque de energia fotovoltaica (solar) da América Latina.

E em Sergipe, por onde caminhamos? Possuímos o acanhado Parque Eólico Barra dos Coqueiros, com a capacidade instalada de apenas 34,5 MW, e nenhuma previsão de novos. Um Parque quase simbólico. Por outro lado, estamos fazendo festa pela instalação da maior termoelétrica da América Latina, atividade entre as mais poluentes do mundo, nas proximidades de um polo turístico (os condomínios da Barra dos Coqueiros). Na realidade, as grandes empresas internacionais, produtoras de energias de fontes poluentes e não renováveis, estão procurando lugares remotos, com baixos índices de cidadania, para se instalarem. E escolheram Sergipe.

Na fase de construção gera empregos, libera recursos para recuperar alguns equipamentos culturais e cria a ilusão que Sergipe pode se recuperar economicamente. Observação: não incide tributos estaduais sobre a produção de energia; sendo mais claro, o estado não tem nada a arrecadar. Por outro lado, a médio e longo prazo uma questão se impõe: começando a funcionar a partir de 2020, quais serão as consequências para o meio-ambiente e para a saúde das populações afetadas? No futuro, a chuva ácida e gases para apressar o aquecimento global...

Antônio Samarone.  

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

O DESTINO DO SUS EM SERGIPE (O acordo do Cirurgia)


O destino do SUS em Sergipe (o “acordo do Cirurgia”).

A Constituição Federal e a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080, 19/09/1990) estabelecem que o SUS deve ser descentralizado, com direção única em cada esfera de governo. A ênfase é na descentralização dos serviços para os municípios. Não há dúvidas, a municipalização é o caminho legal do SUS. Em Sergipe andamos na contramão. Um “acordo”, transferiu a gestão do maior contrato do Sistema (hospital de Cirurgia) para o Estado, retirando de Aracaju a municipalização plena. Na prática, o hospital de Cirurgia vira um anexo do HUSE, e Aracaju fica sem referências para alta e média complexidade. A ambição política do Estado em retomar o comando, deixando ao município apenas a rede básica, vem de longe. O SAMU já foi estadualizado e a assistência ao parto está a caminho. Registre-se que o município de Aracaju desejou esse “acordo”.

Existe um consenso entre os técnicos, o caminho para recuperar o SUS passa pelo fortalecimento da rede básica, que deve regular as ações de alta e média complexidade. Por isso o comando deve ser único. Entregar o comando das ações ao estado, apenas por razões políticas, é um retrocesso. Se o município está com dificuldades momentâneas para gerir o sistema, o caminho é ajuda-lo na superação. A direção única prevista na constituição não foi um capricho do constituinte, é uma exigência da racionalidade administrativa. Essa fragmentação do SUS, agravada com o “acordo” do Cirurgia, empurra para o agravamento da crise.

A retorno da gestão político do SUS estadual é grave. Transformar o SUS num comitê eleitoral é um crime contra os mais pobres. Essa aventura é conhecida em Sergipe. Nas três vezes anteriores, o resulto foi cruel: os gestores se deram bem eleitoralmente, mas os serviços foram arruinados. Passada a tormenta, se levou muito tempo para se desfazer os maus feitos. Infelizmente, parece que em Sergipe a história se repete.

Antônio Samarone.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

QUEM PENSOU NO FUTURO?


Quem pensou no futuro?

O governo do Piauí instalou o maior empreendimento de energia fotovoltaica da América latina”, energia limpa e sustentável. Em Sergipe, o Governo autorizou a GE Power Services instalar a maior termoelétrica da América Latina, a usina vai produzir 1,5 mil megawatts e será capaz de atender a 15% da energia consumida no Nordeste. São posições opostas de gerar energia, desenvolvimento e emprego: uma sustentável, outra poluidora; uma visando o futuro, outra afundada no passado. Sergipe seguiu o caminho do passado, resolveu implantar o modelo Cubatão de desenvolvimento.

As termoelétricas a gás, o caso de Sergipe, lançam no meio ambiente o CO² (gás carbônico) – efeito estufa; SO² (dióxido de enxofre), gotículas de ácido sulfúrico (chuva ácida); o NOx (óxidos de nitrogênio), responsáveis pelo smog; encontra-se entre as atividades mais poluidoras do mundo. A termoelétrica de Sergipe, sozinha, produzirá dez vezes mais CO² que toda a frota de veículos do estado. Sabe-se que essa é apenas a primeira usina, o projeto prevê mais duas.
Além do agravamento do efeito estufa, as termoelétricas são responsáveis pelo aquecimento da água, onde o despejo for lançado, com consequências para a vida marinha; e pela temida chuva ácida, pondo em risco a agricultura e as matas restantes. A chuva ácida atinge vários km de distância das termoelétricas.

Sei que os defensores desse modelo de desenvolvimento, que ignoram os impactos ambientais, vão dizer que houve “estudos” e que os agravos serão mínimos. Não é o que apontam os estudos científicos publicados sobre as termoelétricas. No momento, a cidade de Peruíbe, interior de São Paulo, está em pé de guerra contra a implantação de uma termoelétrica. Já aprovaram uma lei municipal proibindo. A crescente resistência a instalação de atividades destruidoras do meio ambiente, tem levado as empresas procurarem regiões onde a consciência ambiental seja reduzida.
A Governo Jackson Barreto deixará essa bomba poluente como herança. Deus nos proteja.

Antônio Samarone.