Assim caminha Sergipe. (por Antonio Samarone)
“Os problemas sergipanos são muito graves e as lideranças
incapazes.”
Após o fim da ditadura, no período denominado “Nova República” (de
Sarney a Dilma), Sergipe foi governado por apenas cinco chefes políticos. João
Alves, Albano Franco, Valadares, Marcelo Déda e Jackson Barreto. Cada um a seu
modo, foram eles que governaram Sergipe por mais de trinta anos.
Com o fim da Nova República, e a devida aposentadoria dos seus
protagonistas, Sergipe ficou politicamente acéfalo
Sem líderes destacados, e com uma bancada federal opaca e fragmentada.
Sergipe tem pouca chance de inserção na vida nacional. Ressalvando os dois
Senadores (Alessandro e Rogério), a nossa representação em Brasília beira a
indigência política.
A atual safra de políticos sergipanos não é boa.
Os herdeiros não estão à altura do bloco que liderou o estado
por 30 anos. Na verdade, inexiste herdeiros. Por enquanto, temos um balaio de
políticos de porte médio. Ninguém conseguiu até agora ser um líder estadual, liderar
um projeto para Sergipe que aglutine seguidores.
Numa metáfora futebolística, nenhum líder na série A. Rogério e
Alessandro na série B, e uma multidão nas séries C e D. Em política nada é estático.
Isso pode mudar, e alguém da serie D, encontrar o caminho, e passar a liderar
um projeto consistente para Sergipe.
Ressalvando-se os dois Senadores (Alessandro e Rogério), o restante
da nossa bancada federal fez a opção pelo anonimato. Nenhuma ideia, nenhum projeto
de destaque, nenhuma fala notada. Nada! Cumprem os mandatos de forma invisível.
E entre os Prefeitos do interior, além de Valmir de
Francisquinho, quem mais está realizando uma boa administração? Itabaiana é um
bom exemplo.
Não existem grandes destaques entre os atuais políticos sergipanos
(com as ressalvas), nem entre os que estão de fora, mas desejam participar da
vida pública. Cruzaremos esse deserto por quanto tempo?
Vivemos sob um intenso nevoeiro, não se enxerga saídas para Sergipe!
Dentro da crise nacional, Sergipe incorporou todos as mazelas
gerais e, como não bastassem, ainda carregamos as mazelas provincianas. Que não
são poucas!
O que mais me incomoda, é que nenhum grupo político tem um
projeto para Sergipe. Nem grupo político, nem qualquer outro grupo. A UFS, com
os seus mil doutores, nada tem a dizer sobre Sergipe. As entidades empresariais,
muito menos. Estamos à deriva! Como encontrar um porto seguro, se não sabemos
para onde estamos navegando.
Será se Sergipe é um caso perdido, não tem solução?
Em momentos eleitorais, os grupos disputantes apresentam
projetos elaborados de última hora que, ganhando ou perdendo as eleições, o
destino desses projetos é o mesmo: a lata do lixo.
O atual governador Belivaldo, governa com se estivesse
carregando uma pesada cruz. Nunca demostrou a menor esperança em nada. O
governo se arrasta sem perspectivas, cumprindo a tabela. Tudo ele acha muito
difícil.
Agora ele parou dizer, não pode, o estado está quebrado. Mas essa
cantilena dominava as suas falas. Fazer o que, o Governador é um pessimista de
raiz.
Belivaldo passa a impressão que sonha com o fim do mandato e, por
ter suportado estoicamente essa espinhosa missão, o prêmio de Senador ou de
Conselheiro do Tribunal de Contas.
Antonio Samarone.
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