A Peste de Disenteria em Aracaju. (por Antonio Samarone)
No início de 1908, Aracaju viveu uma Peste de disenteria (dejeções sanguinolentas frequentes, tenesmos violentos, cólicas e febre continua). Se levantou a suspeita sobre sua possível difusão pelo resto do Estado.
O tratamento era feito com doses mínimas de “ipeca” (Asclepias curassavica) e uma boa dose de ópio. Tintura de ópio ou elixir paregórico é um medicamento da classe dos narcóticos, de administração oral, utilizado como antidiarreico e analgésico.
Se defecava no mato, nas touceiras de bananeiras, nas praias, nos rios, nos fundos de quintais, ao pé dos muros e até nas praças.
A limpeza pública estava entregue aos urubus e às marés. Aliás, em Aracaju, a maré continua levando e trazendo excrementos para a porta das casas. Pelo menos para os que moram próximo ao Batistão.
Nos conta o Dr. Helvécio Andrade:
“A seca, a fome, a invasão de retirantes, levas de mendigos perambulavam pelas ruas do Aracaju em 1908. A epidemia foi de gravidade comparada ao flagelo da varíola de 1888.”
“A água de beber, que preocupa a população desde a fundação da cidade, continuava a mesma: uma infusão de mangue temperada com o que abunda em todos os quintais. A epidemia se alimenta desse quadro.”
Aconselha o doutor Helvécio Andrade:
“beber água fervida ou filtrada abster-se de frutas, legumes crus, usar os alimentos bem cozinhados, evitando refeições abundantes à noite”.
"O doente deve estar em aposentos vastos, asseados e muito bem ventilado. Todo cuidado com as dejeções dos doentes: o despejo deve ser levado constantemente e conter uma substância anti-séptica. É perigoso atirar no chão, nos quintais as dejeções dos doentes”.
Mesmo a tecnologia dos “water closet” WC, inglês e do bidet francês tendo chegado no Brasil no final do século XIX, o povo demorou a ter acesso a esses avanços sanitários em Aracaju.
Em Aracaju, muitos morreram e muitos escaparam da caganeira de 1908...
Antonio Samarone.
No início de 1908, Aracaju viveu uma Peste de disenteria (dejeções sanguinolentas frequentes, tenesmos violentos, cólicas e febre continua). Se levantou a suspeita sobre sua possível difusão pelo resto do Estado.
O tratamento era feito com doses mínimas de “ipeca” (Asclepias curassavica) e uma boa dose de ópio. Tintura de ópio ou elixir paregórico é um medicamento da classe dos narcóticos, de administração oral, utilizado como antidiarreico e analgésico.
Se defecava no mato, nas touceiras de bananeiras, nas praias, nos rios, nos fundos de quintais, ao pé dos muros e até nas praças.
A limpeza pública estava entregue aos urubus e às marés. Aliás, em Aracaju, a maré continua levando e trazendo excrementos para a porta das casas. Pelo menos para os que moram próximo ao Batistão.
Nos conta o Dr. Helvécio Andrade:
“A seca, a fome, a invasão de retirantes, levas de mendigos perambulavam pelas ruas do Aracaju em 1908. A epidemia foi de gravidade comparada ao flagelo da varíola de 1888.”
“A água de beber, que preocupa a população desde a fundação da cidade, continuava a mesma: uma infusão de mangue temperada com o que abunda em todos os quintais. A epidemia se alimenta desse quadro.”
Aconselha o doutor Helvécio Andrade:
“beber água fervida ou filtrada abster-se de frutas, legumes crus, usar os alimentos bem cozinhados, evitando refeições abundantes à noite”.
"O doente deve estar em aposentos vastos, asseados e muito bem ventilado. Todo cuidado com as dejeções dos doentes: o despejo deve ser levado constantemente e conter uma substância anti-séptica. É perigoso atirar no chão, nos quintais as dejeções dos doentes”.
Mesmo a tecnologia dos “water closet” WC, inglês e do bidet francês tendo chegado no Brasil no final do século XIX, o povo demorou a ter acesso a esses avanços sanitários em Aracaju.
Em Aracaju, muitos morreram e muitos escaparam da caganeira de 1908...
Antonio Samarone.
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