domingo, 12 de outubro de 2025

O CENTENÁRIO DO HOSPITAL DE CIRURGIA (1926 - 2026)

O Centenário do Hospital de Cirurgia (1926 – 2026).
Por Antonio Samarone.

Qual era a situação dos serviços de saúde em Sergipe, antes do Hospital de Cirurgia?

O Diretor de Higiene e Assistência Pública, Dr. Eleyson Cardoso, irmão do Governador Graccho Cardoso, respondeu a essa indagação, no Primeiro Congresso Brasileiro de Higiene, ocorrido no Rio de janeiro, entre 1 e 7 de outubro de 1923.

A delegação sergipana foi composta pelos doutores Antonio Dias de Barros, Theodureto Nascimento, Abreu Fialho e Eleyson Cardoso.

O Primeiro Congresso de Higiene foi presidido pelo Dr. Carlos Chagas.

O relatório do Dr. Eleyson foi assustador: “Os serviços de saúde em Sergipe, por motivos que desapontam a nossa apreciação, não executam suas atribuições, não produzindo os efeitos que deles se poderiam esperar.”

Cumpre a Diretoria de Higiene e Assistência Pública as seguintes atribuições: assistência de urgência, atestar óbitos sem assistência médica, vacinação anti varíola, remoção de doentes para o hospital de caridade (Santa Isabel) e enterrar os cadáveres indigentes.

Não existiam estatísticas demográficas sanitárias organizadas.

O Governo Graccho fez uma reforma sanitária: passou a assistência as urgências para os municípios e a assistência aos mortos para a polícia. Criou os serviços de estatísticas sanitárias, higiene infantil, profilaxia de doenças de notificação compulsória.

Padronizou os atestados de óbitos, com o Departamento Nacional de Saúde Pública.

O Governo construiu o Instituto Parreiras Horta, com um laboratório de análise e pesquisa, setor de preparação da vacina anti varíola e profilaxia específica da lepra.

Nesse período, as principais causas de óbito em Sergipe eram: tuberculose, malária, afecções do aparelho digestivo e a mortalidade infantil.

Realizou o saneamento básico no centro do Aracaju, aos cuidados de Saturnino de Brito, e construiu o Hospital de Cirurgia (1926), entregue ao maior nome da medicina em Sergipe, no século XX, Dr. Augusto Leite. Nesse momento, a medicina científica chegava a Sergipe.

No Primeiro Congresso Brasileiro de Higiene, o diretor da saúde pública, Eleyson Cardoso, além do relatório, fez uma conferência sobre a esquistossomose no estado; e o Dr. Abreu Fialho falou sobre a epidemiologia do tracoma.

Antonio Samarone – professor aposentado de História da Medicina.
 

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