segunda-feira, 14 de novembro de 2022

GENTE SERGIPANA - GUSTINHO

Gente Sergipana – Gustinho
(por Antonio Samarone)

No inicio da década de 1960, Gustinho, Tavinho e Chupeta engraxavam sapatos no canteiro defronte a Prefeitura de Itabaiana. Meninos pobres e travessos, que tinham em comum o talento para o futebol.

Gustinho, José Augusto Bispo dos Santos, tinha o futebol no DNA. Sobrinho de dois craques consagrados, Debinha e Evangelista. Apenas Gustinho, fez carreira bem sucedida no futebol.

O pai de Gustinho, Joãozinho Baú, era um mestre sapateiro, especialista em bolas de futebol e chuteiras. Antes das chuteiras Olé, o chique era calçar uma chuteira da lavra de Joãozinho Baú.

Gustinho nasceu em Itabaiana, em 09 de março de 1949.

Gustinho foi um artista da bola. Nunca frequentou escolinhas, nasceu sabendo. Aperfeiçoou nas peladas de rua. Foi titular do meio de campo do Itabaiana por mais de 20 anos, tem parte na glória do futebol itabaianense.

Gustinho, Zequinha e Bené formaram o melhor meio de campo da historia do futebol sergipano. Tudo bem, concordo que Ailton, Zé Pequeno e Naninho disputam essa mesma glória.

Além de boleiro, Gustinho é um grandes contador de histórias. Dos que eu alcancei em Itabaiana, Gustinho, Fred de Etelvino e Terêncio de Vieira Lima foram os campeões das resenhas, dos causos, das piadas, das gozações, das ironias, sarcasmos e irreverências. São formadores da cultura itabaianense.

Gustinho é um grande “showmen”!

Onde Gustinho senta, logo junta gente para ouvi-lo. Ele é a memória humorística da comunidade. Sabe contar causos, imita vozes, gestos e chistes. Gustinho é um mestre em narrativas orais, na cultura falada.

Por sorte, recentemente encontrei-o em Itabaiana e parei para ouvi-lo. Rapidinho, recordei histórias antigas e ouvi novas. Ele continua criativo e engraçado.

Minha homenagem ao talentoso Gustinho, um poeta da bola e um craque da prosa.

Antonio Samarone. (médico sanitarista)
 

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