segunda-feira, 14 de novembro de 2022

CEM ANOS DA MARCHA SOBRE ROMA

 Cem anos da marcha sobre Roma.
(por Antonio Samarone)

Só os profetas enxergam o óbvio.

A extrema direita não aceitou o resultado das urnas e está disposta a impor a sua vontade política por outros caminhos. Para eles, as instituições perderam a credibilidade. O STF é visto como tendencioso.

Por mais que a grande imprensa omita, trata-se de uma manifestação de massas pelo fim da democracia. A esquerda liberal finge que nada está acontecendo.

Assistimos a uma demonstração de forças da extrema direita. Os camisas amarelas estão em marchar contra a democracia.

Eles acreditam que somente um ordem autoritária pode salvar o Brasil. Foram bater as portas dos quartéis. Pedir, sem pudor, uma ditadura.

Um dilema fascista é eleições ou violência. A derrota eleitoral deixou a violência como única alternativa. Eles não estão pedindo novas eleições, simplesmente querem que os militares assumam.

Sem ilusões, o fascismo está em marcha no Brasil.

Não significa que terão sucesso imediato, mas continuarão na luta pelo fim da democracia, agora sem subterfúgios, querem uma ditadura.

A análise liberal entende a ameaça fascista como uma falha moral dos indivíduos, ou falha disso ou daquilo. Na verdade, a causa do fascismo é econômica, constitui-se numa alternativa do capitalismo.

O fascismo não é somente uma anomalia moral, ele é parte do jogo de mercado.

Não existe incompatibilidade entre inteligência, cultura e polidez com o fascismo. O fascismo não anda sempre de coturno.

Nos últimos cem anos, a ascensão fascista nunca foi contida institucionalmente. Sem resistência, o fascismo se impõe. Mesmo que Bolsonaro não possua talento para liderar o golpe, outro aventureiro surgirá. O ovo da serpente está sendo chocado.

Um líder menos tosco, sem palavrões, empreendedor, pode assumir a liderança da extrema direita com mais força. Por exemplo, o governador eleito de São Paulo.

O bolsanarismo pode ser mais forte sem Bolsonaro.

A classe política é um tumor a ser extirpado. Nos grupos de WhatsApp de direita, o discurso anti política retornou, como sendo um deformidade. A saída política para o Brasil saiu de pauta, eles esperam um salvador da pátria.

Quem tentar construir uma narrativa política será tachado de politiqueiro. Fora a política, é o brado pós derrota eleitoral.

A crença liberal na possibilidade de convivência pacifica com o fascismo é irreal. O Estado fascista não tolera os adversários, ele os combate e os destrói.

Não se combate o fascismo com “picanha para todos”. O futuro governo Lula navegará por mares tormentosos. A classe operária não está indo ao paraíso.

A esquerda liberal, respeitadora da ordem, receosa em perder regalias, não está preparada para resistir ao avanço do fascismo.

Nos resta, “Os Gaviões da Fiel”!

Antonio Samarone. (médico sanitarista)

Nenhum comentário:

Postar um comentário