A principal doença de Sergipe é a politicagem.
(por Antonio Samarone)
Um estado pequeno, pobre, desigual, não suporta a sangria realizada pelos bandos partidários. O poder público, ironicamente chamado de “máquina”, foi tomado como butim, pelos vencedores da guerra eleitoral.
Historicamente, Sergipe passou do mando dos coronéis, para o reino dos “cabos eleitorais”. Um Império das raposas políticas. Os parcos recursos são leiloados entre eles.
Enquanto isso, Sergipe afunda no desemprego, na violência, na improvisação e no obscurantismo.
O “fenômeno” Valmir de Francisquinho foi a sua imagem de bom gestor, de ter consertado Itabaiana. Só pararam Valmir no tapetão. Outro bom gestor, Edvaldo Nogueira, foi afastado antes da disputa, pela fama de não cumprir “acordos”.
Entenderam? “Acordos” entre aspas...
O povo, ao seu modo, entendeu que está fora do orçamento público. No segundo turno, Rogério Carvalho não perdeu pelas alianças que fez. Não! Perdeu porque a versão disseminada, foi a dele ter destruído a saúde. Pegou! Rogério limitou-se a dizer que era o nome de Lula. Brigou por isso. O povo queria gestores.
A minha tese foi comprovada em Pernambuco. Raquel Lyra derrotou a neta de Arraes, apoiada por Lula, pela máquina e pelo PT, com a boa imagem de gestora. Ela foi Prefeita de Caruaru por duas vezes, com grande sucesso. Semelhante a experiência de Valmir em Itabaiana.
O governador eleito Fábio Mitidieri está cercado de comensais. O seu sucesso depende desse obstáculo. A chamada nova geração, tanto pode mudar e realizar um governo a serviço da sociedade, ou pode permanecer sob o domínio dos conchavos e acomodações.
Sergipe precisa de uma imprensa livre, pelo menos parcialmente. Se as análises políticas, de uma boa parte dos jornalistas, permanecerem previamente contra ou a favor, dependendo de quem pague a conta, dos interesses da politicagem, estamos perdidos.
Quem poderá se constituir como força política, a partir de 2023?
Enxergo 4 possibilidades:
1. O grupo no governo, liderado por Fábio Mitidieri, por razões óbvias;
2. Edvaldo Nogueira, prefeito da Capital, permanecendo como bom gestor;
3. Valmir de Francisquinho, líder no agreste, permanecendo a boa gestão em Itabaiana e mantendo a influencia nos demais municípios da região;
4. O PT, mesmos saindo fragilizado em Sergipe com a derrota eleitoral, vai governar o Brasil.
Não enxergo viabilidade política em Sergipe dos grupos bolsonaristas. A base de extrema direita é grande, mas muito heterogênea. E os líderes não pensam em Sergipe.
A superação desse azedume maniqueísta, do fanatismo, do fake news, do ódio e da violência depende da mudança dos paradigmas político. Os novos líderes precisam entender que o poder publico precisa de boa gestão, transparência e planejamento.
Antonio Samarone (médico sanitarista)
quarta-feira, 30 de novembro de 2022
A PRINCIPAL DOENÇA DE SERGIPE É A POLITICAGEM
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