quinta-feira, 4 de julho de 2024

SÓ A ANTROPOFAGIA NOS UNE


 Só a Antropofagia nos une!
(por Antonio Samarone)

As doenças contagiosas, em sua forma pestilencial, emergem com o advento da vida sedentária, promovida pelo início da agricultura e da domesticação de animais (cerca de 10 mil anos).

As grandes epidemias (Pestes), manifestam-se em momentos de desestruturação da vida social e de crises do modo de vida. As Pestes são fenômenos históricos.

O fim da Idade Média, foi apressado pela Peste Negra do final do Século XIV, na Europa. A Peste foi tida como um castigo divino, pelo desregramento da vida social. Foi seguida da revolta dos camponeses e da crise do feudalismo.

A Gripe Espanhola de 1917, foi um sinal que a crise do liberalismo europeu, que gerou a Primeira Guerra, não estava resolvida. A Segunda Guerra estava em marcha.

O alerta da Peste de Covid-19 sobre a crise ambiental e o esgotamento do capitalismo financeiro, fortalecido pelo neoliberalismo, foi o prenúncio da atual crise, onde os fatos demonstram quem estamos à beira da Terceira Guerra, dessa vez nuclear.

Será o Armageddon?

Tenho lido com atenção sobre a Teologia do Domínio, dos neopentecostais. Não tenho como conceituá-la aqui e mostrar as suas origens nesse espaço. Não sei avaliar, se caminhamos para esse fascismo teocrático. Mas faz muito sentido.

A provável eleição de Trump, aponta na mesma direção. A América Latina caminha para ser um grande El Salvador?

A Guerra entre OTAN (Império (USA) e Europa) e o mundo multipolar (Rússia e China), não haverá vencedores. E o nosso maltratado Brasil, onde entra?

Não haverá essa Guerra, é só uma crise conjuntural, dizem os otimistas. Não é! A guerra já começou. Só que o campo de baralha é geral, econômico, tecnológico, midiático e cultural.

O enfrentamento militar direto, declarado, está em andamento. Velozmente!

Não existem soluções diplomáticas para os conflitos da Ucrânia, Oriente Médio e Taiwan.

O Brasil será disputado compulsivamente, pelo seu papel geopolítico.

Nada unifica o Brasil! O nosso arquétipo antropofágico é uma herança ancestral. Foi um engano de Oswald de Andrade, em seu manifesto, vê-lo como um arquétipo de salvação. É um sinal de perdição.

Nada nos une, nem temos a tradição de guerra civil. Aqui, os de baixo sempre foram tratados a pauladas. As revoltas populares foram todas massacradas. Nesse sentido, nada mudou.

Eu sei, ele está falando simbolicamente. Eu também!

Não será o fim do Homo sapiens, muito menos da Terra. Sobrarão alguns. Mas haverá uma baixa significativa. Quero estar entre os embarcados, na Nova Arca de Noé, para ajudar na reconstrução.

A sentença do Beato Conselheiro vai ser cumprida: primeiro acabamos pelo dilúvio, dessa vez será pelo fogo radiativo.

Antonio Samarone (médico sanitarista).

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