terça-feira, 18 de junho de 2024

PAÍS DO FORRÓ


 País do Forró.
(por Antonio Samarone)

As músicas e as danças das festas juninas eram nordestinas. Tradição fortalecida por Luiz Gonzaga e pelo xaxado dos cangaceiros.

Outra coisa, se brincava o São João, cada um em sua porta, com a sua fogueira e o seu milho assado. Quando a festa crescia, se fechava o quarteirão.

Hoje, as festas juninas governamentais, se assistem. Foram tomadas pela música do Centro-Oeste, a música sertaneja do agronegócio. Nesse combo, entra de tudo, até Carlinhos Brown. A indústria cultural vende de tudo, menos o forró.

Nem o forró universitário, se toca mais.

Existe uma dúvida bizantina: a indústria cultural só produz o que o povo gosta, ou é o inverso, o povo gosta do que a indústria cultural impõe. Não sei matar essa charada. O certo, o sucesso dos artistas não corresponde aos seus talentos.

Para facilitar para os mais jovens, estou chamando de forró: baião; arrasta pé; xote; xaxado; coco; embolada; marcha (muito utilizado em quadrilhas juninas) e maracatu.

A música nordestina foi empurrada para palcos secundários, festas menores, com sub cachês, e pouca divulgação. Não tivemos a força do samba no Rio de Janeiro, que continua dando o ritmo no carnaval. Eu sei, quem manda são os bicheiros.

A tradição cultural resiste, sobretudo nas festas juninas das escolas. As escolas são polos de resistência.

Na quinta-feira, dia 20/06, vamos realizar em Itabaiana, um simpósio sobre a música nordestina, sua história, e a força das marchinhas juninas. Em pareceria com a Filarmônica 28 de agosto, que está construindo uma Escola de Sanfonas.

O simpósio será coordenado pelo jornalista Paulo Correia, um intelectual lagartense, dedicado a música nordestina.

Itabaiana é o berço de Mestrinho, o maior sanfoneiro do Brasil, na atualidade. Na grande Itabaiana, estão dois gênios da sanfona: Tatua e Cobra Verde.

O simpósio sobre o forró será destinado aos artistas, professores, agentes culturais e demais interessados. É uma retomada dos fóruns de forró, do primeiro Governo Marcelo Déda, organizados por Chico Buchinho.

Faremos a nossa parte.

Um ato de resistência pequeno, quase simbólico, mas um grito em defesa da música nordestina será dado.

Será na quinta, dia 20/06, a partir das 8 h, no auditório da Shopping Peixoto. A participação é franqueada aos interessados.

Antonio Samarone.
Secretário de Cultura de Itabaiana.

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