Um Esclarecimento.
(por Antonio Samarone)
O cronista é o narrador da história. Há uma profunda diferença entre quem escreve a história e quem narra.
Não sou nem historiador nem jornalista. O que tento escrever são narrativas abreviadas, adaptadas as redes sociais. Me criei ouvindo estórias de Trancoso. Mamãe era eximia nesta arte.
A narrativa é uma pré literatura que foi extinta com o fim das raízes coletivas, das comunidades e das rodas de ouvintes. Com a impossibilidade das narrativas orais (acentuada com a quarentena), tento improvisá-las nas redes sociais.
Peço paciência, quando a minha memória não coincidir com a de quem está lendo. Sou fraquíssimo em telepatia. Muita coisa não falo por ciência própria, mas por ouvir dizer. O que escutei ao longo da vida.
A memória é uma faculdade épica, a musa da narrativa. A reminiscência era uma deusa, para os gregos.
“A narrativa não está interessada em transmitir “o puro em si” da coisa narrada, como se fosse uma informação ou um relatório. O narrador imprime a sua marca na narrativa, como a mão do oleiro na argila do vaso. A narrativa é um ofício manual.” Walter Benjamim
“A arte de narrar está definhando porque a sabedoria – o lado épico da verdade – está em extinção.” - WB
Antonio Samarone (médico sanitarista).
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