Anauê!
(por Antonio Samarone)
Anauê significa em Tupi (você é meu), era a saudação dos integralistas no Brasil. Uma imitação da saudação romana dos fascistas.
Recebi de um colega médico pelo WhatsApp, um vídeo onde Roberto Jeferson cheio de ódio, prega o golpe. Eu sei, não se pode levar Roberto Jeferson a sério, logo agora, que o partido dele, o PTB, só elegeu um deputado federal. Isso mesmo, um! O Partido dele acabou pelo voto.
O grave é esse material asqueroso está sendo distribuído por gente normal, que se diz cristão e civilizado. Por um médico que se considera humanista.
O bolsonarismo não foi uma criação de Bolsonaro. A antiga maioria silenciosa, após as manifestações de 2013, assumiu a militância de extrema direita. Somos um país desigual, onde prevalece os privilégios. A herança escravocrata é forte.
O bolsonarismo elegeu uma bancada de 235 deputados do Centrão. Os esquemas do orçamento secreto funcionaram. Sem contar o perfil da maioria eleita para o Senado. Se facilitar, eles revogarão a Lei Áurea. A barbárie avançou!
A esquerda insiste no discurso de “união” das famílias brasileira. Não se faz história com ingenuidade.
Toda a esquerda (a federação do PT, PSOL, PDT e PSB) elegeu apenas 124 deputados federais. Lula ganhando, terá uma governabilidade precária e onerosa aos cofres públicos.
Para os otimistas: São Paulo elegeu Ricardo Sales, isso mesmo, o que pregou a passagem da boiada, com 640 mil votos; enquanto o doutor em filosofia, professor titular da USP, músico, escritor, Vladimir Safatle, recebeu apenas 17 mil votos.
Ontem, Bolsonaro recebeu o apoio dos governadores do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Lula recebeu o apoio de Ciro Gomes, se é que podemos chamar aquilo de apoio.
“A política exige a coragem tacanha e malvada das brigas de rua... A política é a arena dos vícios, não das virtudes. A única virtude que exige é a paciência.” - Mussolini.
Outra coisa, a força política de Lula é pessoal, ele não transfere. Veja o resultado das eleições para governador, senador e deputado federal nos estados.
Eu sei, é preciso ser pessimista no pensamento e otimista nas ações. Isso é frase feita! Antes Lula era acusado de comunista, já era demais, agora a acusação é de satanismo.
General Mourão, o vice que andava com o escudo do Flamengo na lapela, derrotou Olívio Dutra, um símbolo da esquerda. Não vou cansá-los com dezenas de outros exemplos.
No domingo, eu fui advertido por familiares para não ir votar de vermelho, que não era prudente, que era necessário se evitar a violência e não sei o que mais. Já chegamos a esse ponto. Eu preferi correr o risco.
Mesmo que Bolsonaro perca o segundo turno, o bolsonarismo continuará forte e arrogante. Já cansei de ouvir: “por que você não vai para a Venezuela.” Ou seja, o Brasil é deles. Eu cá comigo, eu volto para a República de Itabaiana.
O Bolsonarismo continuará forte, mesmo com a derrota do Mito. Mas existe um risco maior: Bolsonaro ganhar. Não subestimem! O já ganhou é uma porta aberta à derrota. O 2º turno é uma nova eleição, ou se vai para as ruas pedir votos, convencer os indecisos, ou se ressuscita a militância de esquerda, ou as milícias tomarão conta.
O fascismo não é um Partido, é um credo político onde o ódio é a medida de todas as coisas.
Antonio Samarone (médico sanitarista)
terça-feira, 18 de outubro de 2022
ANUAÊ
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