A marca do Sagrado...
(por Antonio Samarone).
“O Universo é assimétrico e estou persuadido de que a vida, como nós a conhecemos, é resultado direto dessa assimetria do Universo ou de suas consequências indiretas.” Louis Pasteur
Somos mesmo, a medida de todas as coisas?
A ciência descobriu que toda a diversidade da natureza está interligada e possui uma origem comum. As religiões, procuram religar essa variedade, com uma explicação divina. A ciência busca um código secreto da natureza.
Aristóteles propôs que esse código fosse uma quinta substância, a quintessência, eterna e incorruptível, distinta dos quatro elementos (terra, água, ar e fogo) que compunham as substâncias encontradas na Terra.
A ciência é uma narrativa humana.
O medo das trevas é o medo do escuro (do frio, do silêncio e do buraco negro). Na infância, brinquei de quem ia mais longe, em direção ao escuro. Eu sei, Deus já tinha criado a luz (fiat lux), mas só estava garantida durante o dia. As noites precisavam de luzes artificiais. Os meninos de hoje perderam esse medo.
A fuga da vida rural era em boa parte uma fuga dessa escuridão do campo. Bem ou mal, as cidades eram iluminadas, no início com lampiões, hoje com led.
Claro, existe uma ordem oculta mediando a natureza. A busca permanente dessa verdade, alivia o sofrimento, trata-se de uma “pró-cura”. As evidências cartesianas são ilusões. Somos capazes de acreditar em algo, mesmo sem qualquer evidência.
Precisamos de um consolo para a finitude: acreditar na vida pós-morte é um elixir poderoso. Essa crença atenua a ansiedade, gerando um conforto temporário, até o descanso eterno.
Por segurança, muita coisa precisa ser ressacralizada.
Antonio Samarone.

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