sábado, 12 de julho de 2025

A NOVA BIENAL DE ITABAIANA.

A Nova Bienal em Itabaiana.
(Por Antônio Samarone)

A Bienal de Itabaiana não tem donos, é um patrimônio da cidade. Dessa vez (no final de outubro), ela será grandiosa. Será organizada pela Academia Itabaianense de Letras.

É a primeira, em plena Era da Inteligência Artificial. Consultei o Site GPT, e ele foi humilde, disse que não duvida de nada que ocorra em Itabaiana.

Existe uma cobrança, para que a Bienal de Itabaiana se internacionalize.

Em palestra, Vargas Llosa pediu para que as crianças lessem, para não serem enganadas. Pediu para que procurassem uma literatura crítica, com a capacidade de manter vivo o descontentamento com a realidade, e que se afastassem das artes como puro entretenimento.

“O entretenimento é divertido e fácil de digerir, mas não acho que, como a literatura, forme cidadãos ideais para uma sociedade democrática. Os livros deixam uma marca muitíssimo maior; geram cidadãos com um espírito crítico, e a democracia não pode sobreviver sem um espírito crítico.” (Llosa)

O medo de Vargas Llosa era que a mediocridade invadisse também a literatura, a poesia e as artes em geral.

“Os tempos mudaram. Ninguém tomou a Bastilha, nem pôs fogo no Reichstag, o Aurora não fez um único disparo. No entanto, o ataque foi lançado e teve êxito: os medíocres tomaram o poder nas redes sociais.” (Deneault)

Eu sei, vivemos em tempos do relativismo cultural, todos são poetas. A escolha entre Fernando Pessoa e qualquer poeta noviço, tornou-se uma questão de gosto. O relativismo tornou as artes gelatinosas, sujeitas ao igualitarismo

“O que faz de melhor uma pessoa medíocre? Reconhecer outra pessoa medíocre. Juntas se organizarão para puxarem o saco uma da outra, vão se assegurar de devolverem favores uma à outra e irão cimentar o poder de um clã que continuará a crescer, já que em seguida encontrarão uma maneira de atrair seus semelhantes.” (Musil)

Só existem duas condições humanas que as leis brasileiras não protegem: os feios e os medíocres. Por uma simples razão: ninguém se considera nem feio, nem medíocre. Nesses casos, a discriminação é impossível. Os discriminados não se reconhecem. Até piadas de mal gosto são permitidas.

Tenho um amigo que costuma chamar os desconhecidos de feioso. Por vezes, ele testa nas multidões, chamando aos gritos: feioso! Ninguém atende... Todos acham que não é com ele.

Voltando a Bienal.

Acredito que a nova Bienal de Itabaiana será parte da resistência à mediocridade, um chega prá lá na estupidez, com sucesso garantido. Vamos combater moinhos de ventos.

A peça na foto é obra de Zeus.

Antônio Samarone. Secretário de Cultura de Itabaiana.

 

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