Cada um, crie o seu Jardim.
(por Antonio Samarone)
Só a arte, a santidade, a filosofia e a guerra imortalizam. Melhor dizendo, tornam eternas as lembranças das pessoas. Conhecemos Homero pela ilíada e a odisseia.
Na Grécia, os heróis se reuniam no sítio "Akabemus", onde Platão costumava palestrar. Eram 40, e consideravam-se imortais.
A Academia Francesa foi criada em 1643, por Richelieu. Fechada pela revolução Francesa e reaberta por Napoleão, em 1808. No Brasil, Pedro primeiro criou a Academia de Medicina, em 1829.
De lá para cá, as coisas mudaram. O cidadão comum descobriu o caminho da imortalidade. Qualquer comunidade que se preze, possui uma academia. Ser acadêmico deixou de ser prerrogativa dos universitários.
Se alguém continua esquecido, mesmo com essa ampla rede de academias, não resmungue, não fale mal, crie a sua. É relativamente fácil.
Esse arrodeio, é para informar que na próxima sexta, dia 27 de junho, a Academia Itabaianense de Letras está reabrindo às portas, sob nova direção. O desembargador Vladimir Carvalho se aposentou e vai tomar conta da Casa de letras. Na verdade, a Academia não tinha morrido, respirava por aparelhos.
A novidade gerou esperança. Poetas, historiadores, trovadores e cronistas sairão da contemplação. Vão intensificar a criação de narrativas da saga itabaianense. A autoestima precisa de argumentos, para não parecer gabolice.
O Prefeito Valmir, sensível à cultura, já anunciou a doação de uma sede para a Academia, na Praça principal, onde, além casa de Fefi, de mesas de jogos de azar, da igreja e do correto, funcionam o cartório de Maria Helena, a Prefeitura e o museu da Filarmônica Eufrosina.
A Praça de Igreja em Itabaiana, de formato mouro, é o local ideal para uma Academia. A Praça, durante o dia, é lotada de idosos, que vão lorotar e cuspir, segundo o finado Zé de Álvaro.
Vou propor a expansão da Academia de Letras para os povoados, a começar pelo Bom Jardim. A secretaria da Cultura vai ali instalar um ponto de cultura e tentar reativar a banda de pífano.
Como se sabe, a Academia do Beco Novo esbarrou em entraves burocráticos: criou-se 40 vagas e inscreveram-se 92 candidatos, em 15 dias. Se pensou numa seleção por antiguidade, não deu certo, desuniu algumas famílias.
A tentativa de uma solução política, escolher 40 e deixar os demais como suplentes, gerou revolta. A imortalidade não cabe suplências, ou se é ou não. Não existe o quase imortal.
Não me venham com cobranças, critérios eruditos ou exigências descabidas. Merval Pereira é o Presidente da Academia Brasileira de Letras.
Imortalidade para todos, Já!,
Antonio Samarone.
Secretário de Cultura de Itabaiana.

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