domingo, 22 de junho de 2025

O QUE ERA JOVEM E NOVO, HOJE É ANTIGO


 O que era jovem e novo, hoje é antigo.
(por Antonio Samarone)

A política e a economia nem sempre andam juntas. O regime militar de 1964 acabou com os partidos políticos e colocou velhos inimigos, todos juntos, na Aliança Renovadora Nacional (ARENA).

Entre 1945/64, Itabaiana passou por uma transição econômica: a troca da agricultura pelo comércio, alavancado pelo transporte (caminhão). A política, liderada por Euclides Paes Mendonça, abriu os caminhos. O poder político colocou a polícia e o fisco, a serviço da acumulação primitiva.

A política, centrada na violência e no revanchismo, era o caminho mais rápido para o enriquecimento. Todas as facilidades aos correligionários, e o velho jargão, aos adversários, os rigores da lei. Melhor dito, aos adversários a feroz perseguição.

Quando da vitória de Leandro Maciel ao Governo de Sergipe - 1955 (UDN), Euclides Paes Mendonça, o chefe político de Itabaiana desabafou: “agora, quem passa contrabando sou Eu.”

Esse modo de dominação política terminou em sangue. Após 1964, a economia em Itabaiana mostrava sinais de pujança, queria crescer. A política do revanchismo passou a atrapalhar.

O que ocorreu com a política de Itabaiana, no pós 1964?

Os inimigos de ontem, foram obrigados a conviver num mesmo teto. Na primeira eleição (1967 – 1970), fizeram um acordo: elegeram Vicente de Belo, um nome da ex UDN, com o compromisso que na próxima eleição, o nome seria do ex PSD.

Em 1970, o nome da PSD, Mozart Fonseca, não foi aceito por Chico de Miguel, herdeiro do patrimônio eleitoral da UDN. Faltando 15 dias para o Pleito, Chico apoiou Filadelfo Araújo, candidato dos minúsculos MDB. Não deu outra: Filadelfo eleito.

Em 1972, a velha política “Pebas X Cabaús” retornou com força á Itabaiana. Chico de Miguel assumiu a hegemonia e governou por 20 anos. A oposição, liderada por Luciano Bispo, assumiu depois o poder por mais 20 anos.

Foram 40 anos, em Itabaiana, com a economia travada pela política. A lógica do revanchismo, PSD X UDN, dominou de forma soberana. Quem estava de cima, fazia e desfazia, mandava e desmandava, mesmo que as condutas atrapalhassem o desenvolvimento econômico. O único critério era: vota em quem?

Nesses 40 anos, a economia de Itabaiana cresceu sozinha, enfrentou incompreensões, perseguições políticas e indiferenças. Em Itabaiana, a economia ia bem, apesar da política. Nenhuma obra estruturante, nenhum cuidado com o urbanismo, nenhum planejamento do futuro, nenhum ideia nova, nenhuma luz.

Itabaiana vivia politicamente nas trevas. A política se bastava, vivia-se da politiquice. A cidade ganhou a fama de ser violenta e o sucesso econômico era atribuído a sonegação. Uma fama ruim, que foi superada.

Em 2013, Valmir de Francisquinho elegeu-se Prefeito e mudou as regras do jogo político: destravou a economia, investiu na gestão pública, apostou na infraestrutura, pôs fim ao revanchismo, e os resultados aparecem no Censo de 2022.

Itabaiana despontou como fenômeno econômico, surpreendendo aos desatentos. Itabaiana mudou a cara: cresceu 20 mil habitantes em uma década (108 mil habitantes, em 2024 / 87 mil em 2010), tornou-se um lugar seguro para investimentos, para se morar com qualidade de vida e segurança. Um polo bem-sucedido de empreendedorismo.

Até hoje, um dos líderes da política antiga, ainda usa o seu prestígio, para impedir que o governo estadual faça alguma coisa em Itabaiana, para não beneficiar os novos gestores. Meu Deus, que cegueira... “O hábito do cachimbo deixou a boca torta.”

Itabaiana vem andando com as próprias pernas, ajudada por emendas federais, de vários parlamentares, sobretudo do seu deputado federal, Ícaro de Valmir.

Nenhum milagre, a partir de 2013, a política e a economia passaram a andar juntas, em Itabaiana. Os resultados são evidentes: a construção de uma Itabaiana Grande.

Antonio Samarone – médico sanitarista.

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