sábado, 17 de maio de 2025
LIVRARIAS E FARMÁCIAS
Livrarias e Farmácias.
(por Antonio Samarone)
Ontem a noite, aproveitei o lançamento do livro do Desembargador, na Escariz da Jorge Amado, e tentei convencer aos donos da Livraria, Paulo e Fátima, a instalarem uma filial em Itabaiana.
Itabaiana precisa de uma grande livraria. Um espaço de encontro, um ponto de cultura.
Para tentar convencê-los, comecei a falar sobre o progresso de Itabaiana: tem isso, tem aquilo, centenas restaurantes, cem farmácias, lojas de marcas famosas, seiscentos médicos, condomínios de luxo, que somos o segundo maior produtor de semijoias do Brasil. E eles ouvindo.
Paulo Escariz foi direto: “não amplio mais as minhas lojas. O mercado de livros no Brasil é inviável.” E começou a explicar em detalhes. Ele esboçou a inviabilidade. Não preciso entrar em detalhes. Ele não quer, e pronto.
Ainda apelei, Itabaiana é hoje a principal locomotiva do desenvolvimento de Sergipe. Ele me pediu provas, dessa afirmativa. Provas, provas diretas, indiscutíveis, eu não tenho. Mas apresentei um indicador: o número de veículos automotores por habitante.
Cruzei os dados populacionais do último Censo do IBGE (2022), com os veículos despachados no DETRAN – SE, até abril de 2025, e calculei o número de veículos por habitante. Creio que seja um bom indicador do desenvolvimento sócio econômico. Claro, todo indicador é uma avaliação indireta, sujeita a limites.
Nesse item, Itabaiana está disparado, 0,75 veículo por habitante (V/H). Ou seja, tirando as crianças e os idosos, é quase um veículo por habitante. O segundo colocado é Lagarto - 0,60 V/H; Aracaju - 0,58 V/H; Glória - 0,55 V/H; Propriá – 0,55 V/H; Estância - 0,50 V/H; Socorro – 0,34 e São Cristóvão – 0,33 V/H.
Explicando, Itabaiana, com uma população de 103 mil habitantes, possui 77.854 veículos despachados. Somente as cinquentinhas, motonetas e as motocicletas (as motos), são 46.718, circulando rua acima, rua abaixo, sob a proteção de Deus.
Eu sei, o desenvolvimento sustentável quer menos carros, ou, como diz o poeta, uma sociedade sem carros. A mobilidade a pé ou em transporte coletivo. O indicador de desenvolvimento deveria ser o índice de caminhabilidade. Mas, por enquanto, o carro é o ícone.
Não houve jeito. As evidências da força econômica de Itabaiana, não sensibilizaram os donos da Escariz. Sem problemas, vou continuar procurando quem queira botar uma grande livraria em Itabaiana.
Bibliotecas, museus, livrarias, galerias de arte e teatros (referências do iluminismo), sobreviverão à inteligência artificial, ao chat GPT e ao Tik-Toc?
Não sei!
Antonio Samarone – Secretário de Cultura de Itabaiana.
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