segunda-feira, 10 de abril de 2023
SÓ A MEMÓRIA DERROTA O TEMPO
Só memória derrota o tempo.
(por Antonio Samarone.
Ontem, 17 de março de 2023, completemos três anos do grande confinamento. Para comemorar a vida, fizemos uma festa, com alguns amigos.
“Os verdadeiros amigos têm a capacidade de se eternizar dentro da gente”. – Adélia Prado.
É tempo de reencontros e reconciliações. Todos estão perdoados de tudo ou de quase tudo.
Entre os pecados capitais, a soberba e a inveja são os mais nocivos para as amizades. As derrotas fragilizam a soberba na velhice e nada pode sobre a inveja.
A inveja é eterna. Sá a memória salva!
O nosso cérebro é analógico, funciona por aproximações, símbolos, devaneios, sonhos e narrativas. A mente não é binária, digital, por isso a inteligência artificial não é inteligência, é um método de cálculo.
O risco é a vida digital aprisionar a analógica e empobrecer a mente.
A subjetividade do cérebro é cercada de erros, grandes acertos, imprevistos, novidades inesperadas. Somos matéria orgânica. A vida não precisa de certezas. Sem erros, não há evolução.
O que sentimos no reencontro de ontem não se calcula, nem se prevê. Só as artes, em especial a poesia, se aproximam das emoções.
Eu, viciado na vida virtual das Redes, experimentei a emoção em carne e osso. São coisas distintas, mas alimentam as mesmas funções cerebrais.
O delírio tem várias causas e um só efeito: nos deixa delirantes. O delírio ignora a razão.
Ficar sem a telinha do celular on-line é entediante, a solidão digital invade o que nos restou da alma.
Gente, sinto que o meu cérebro já fechou alguns compartimentos, onde memórias (boas e ruins) foram para o arquivo morto. Vou perguntar ao amigo Kid, psicanalista de formação freudiana, se o arquivo morto é o inconsciente.
Obrigado a todos. Uma felicidade que nos levou ao enternecimento, com a energia das amizades e boa música de Badaró e Capilé. Na despedida, uma choro coletivo, na hora da Avé Maria na guitarra, com um coro ao fundo.
O ambiente teve o cuidado e supervisão sensível de Betânia, que pensou em tudo e harmonizou o reencontro.
Antonio Samarone. (médico sanitarista)
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