Gente Sergipana – Padre Padilha – 83 anos.
(Por Antonio Samarone)
O Defensor Público José Padilha de Oliveira tinha deixado a batina, porém continuava padre. Era uma vocação. O comportamento, o pensamento, as ideias, os gestos eram de padre. Padilha era “Le Curé de village”, na visão de Balzac.
Conheci o padre Padilha nas reuniões das segundas, na sede do Conselho de Economia. Existia um grupo de intelectuais, fundado por Aloisio Campos, que se reunia semanalmente, com chuva ou sol. Passávamos a realidade a limpo, reformando-a.
Nessas reuniões, o Padre Padilha era o orador oficial, nas datas festivas.
Era um Grupo plural, onde conviviam democratas e patriotas. As divergências não se transformavam em ódio.
O Grupo acabou!
E ontem, nos deixou o padre Padilha. Voou para o Reino da Glória. Se os critérios da salvação são os que conhecemos, ele se salvou.
O que a minha memória guardou de Padilha foi o sorriso. Mesmo em polêmicas, onde ele discordava profundamente do interlocutor, Padilha não levantava a voz, sempre manso e educado. Padilha era um fidalgo.
O padre Padilha valorizava as amizades.
Meu amigo Padilha, dê lembranças aos amigos aí no Céu. Diga a Amaral Cavalcante, que o mundo da cultura em Sergipe sente a sua ausência. Diga a Luiz Eduardo Magalhães que ele está fazendo muita falta, nesses tempos sombrios.
Nos espere! Vamos retomar as reuniões.
Antonio Samarone. (médico sanitarista)
quarta-feira, 25 de janeiro de 2023
GENTE SERGIPANA - PADRE PADILHA.
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