segunda-feira, 10 de junho de 2019

JARDIM BOTÂNICO EM ITABAIANA


Jardim Botânico em Itabaiana.

Com o brilho da exposição de Burle Marx no Jardim Botânico de Nova Iorque o tema me voltou a mente. Por que não existe jardim botânico em Sergipe? No mundo temos 1700 jardins botânicos e no Brasil são 36 registrados. Existem outros: jardins botânicos municipais, de universidades, particulares não registrados, mas que cumprem os seus objetivos. Em Sergipe temos um Parque Nacional, que ainda não saiu do papel, um horto abandonado e algumas reservas. Aracaju já possuiu um horto florestal.

O primeiro jardim botânico no Brasil foi criado por Maurício de Nassau, em Pernambuco. Nassau trouxe o cientista alemão George Marcgrave, em 1636, para coletar espécies nativas. Os resultados foram publicados na “História Naturalis Brasiliae”, em 1648.

Em 13 de junho de 1808, no dia do seu aniversário, Dom João VI, criou o Jardim Botânico Rio de Janeiro. Em 1996 passou a Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, hoje considerado como o mais importante do país.

Em 1809, ao invadir a Guiana Francesa, Dom João VI trouxe como despojos espécies frutíferas como: abacateiro, caramboleira, fruta-pão, jambeiro, jaqueira, lichieiro, nogueira-moscada e tamarindeiro.

Andei procurando alguns Prefeitos, inclusive o de Aracaju, para apresentar a proposta de criação de um jardim botânico em Sergipe. Até agora, sem sucesso. Um deles chegou a ironizar: mas o que é mesmo jardim botânico? Fazendo um esforço para não o mandar à merda, disse-lhe: excelência, a resolução nº 339 do CONAMA, normatiza o funcionamento do Jardim Botânico. Esse mesmo político teve o deboche de me perguntar: venha cá, você acha que jardim botânico dar voto?

O Jardim Botânico é uma área constituída por coleções de plantas vivas cientificamente reconhecidas, organizadas, documentadas e identificadas, com a finalidade de estudo, pesquisa e documentação do patrimônio florístico do País, acessível ao público, servindo à educação, à cultura, ao lazer e à conservação do meio ambiente.

Num esforço de convencimento, apelo para com o argumento que um jardim botânico poderia proteger espécies silvestres, ou raras, ou ameaçadas de extinção, especialmente no âmbito local e regional, bem como resguardar espécies econômica e ecologicamente importantes para a restauração ou reabilitação de ecossistemas. Várias espécies das nossas restingas estão ameaçadas.

Ontem surgiu uma luz. Estava passeando no povoado Agrovila, em Itabaiana, e encontrei o Prefeito Valmir de Francisquinho e puxei conversa. Ele começou a falar que Itabaiana possui 74 povoados, dos quais, 24 já possuem pavimentação (asfalto ou paralelepípedo), saneamento e água encanada. É um avanço.

Eu ponderei da necessidade de obras duradouras na esfera cultural e do meio ambiente. E falei sobre o Jardim Botânico. Ele me ouviu e, pelo brilho dos olhos, tenho certeza que ele entendeu tudo. Espero que ele avalie, pense e tome essa decisão acertada.

Antônio Samarone.    

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