sábado, 8 de junho de 2019

A VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO


A Violência no Trânsito. (por Antônio Samarone)

A cada quinze minutos morre um brasileiro e quatro ficam com sequelas definitivas, em decorrência dos acidentes de trânsito. Em 2017, foram 36.429 mortes.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) iniciou um esforço mundial para reduzir essa epidemia, e apontou cinco medidas básicas de prevenção, embasadas cientificamente, para reverter o quadro da mortalidade: redução da velocidade; utilização adequada de capacete por motociclistas; uso de cadeirinha para criança; combate ao uso de bebidas alcoólicas e direção; uso do cinto de segurança.

Impressionante a estupidez do Governo Brasileiro, das cinco medidas preventivas recomendadas pela OMS, ele atacou três medidas frontalmente e uma quarta secundariamente. Só não mexeu até agora na obrigatoriedade do uso do cinto de segurança. Acho que esqueceu...

Elimina os radares, liberando a velocidade; desobriga as cadeirinhas, deixando ao cargo dos pais; permite o uso de capacete inadequado, sem viseira. Não mexe na proibição do álcool, porém libera o uso de arrebite e outras drogas pelos caminhoneiros. Parece sacanagem!

A partir de 2015, com a obrigatoriedade dos exames toxicológicos para a renovação da CNH dos motoristas profissionais, houve uma redução no uso de substâncias psicoativas pelos caminhoneiros e uma queda do número de acidentes. Isso ele acaba!

Os estudos apontam que as cadeirinhas reduzem em até 80% as chances das crianças de até sete anos, morrerem em um acidente de trânsito. Será se disseram isso ao Presidente?

Na “indústria de multa” só é punido quem comete infração. Se a pessoa obedece a velocidade prevista para a via sinalizada, qual o incomodo dos radares? É a mesma coisa que ficar incomodado com as câmaras antifurto dos supermercados.

Quando Aracaju limitou a velocidade máxima a 60 km/h, houve reações. Um radialista atacava diariamente os 60 km. Hoje os benefícios são reais. Os atropelamentos foram reduzidos em 47%. São evidências indiscutíveis.

Achar que a impunidade ficará impune é ilusão. O preço cobrado à sociedade será a superlotação dos setores de traumatologia nos hospitais de urgência. As principais vítimas serão os mais frágeis: pedestres, ciclistas, motoqueiros...

Se existisse uma indústria de multas como fala o Presidente, teríamos uma forma civilizada de enfrentá-la: deixar de cometer infrações. Sem infração não haveria multa. A indústria fecharia suas portas em pouco tempo e decretaria falência, com zero de arrecadação.

Portanto, favorecer a impunidade agrava a insegurança no trânsito. Um retrocesso do processo civilizatório que só beneficia os infratores contumazes.

Antônio Samarone.

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