quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A PESTE DO RIO GANGES EM LARANJEIRAS (1855)



A Peste do Rio Ganges em Laranjeiras (1855).

O Dr. Pedro Autran da Matta e Albuquerque Junior (1829 – 1886), natural de Pernambuco, doutor pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1854. Foi cirurgião do 6º Batalhão de caçadores da Guarda Nacional na Bahia e em Sergipe, onde clinicou.

Em Sergipe, exerceu ainda os cargos de Inspetor de Higiene, diretor do Internato Provincial da Estância, Inspetor Geral das Aulas na Província de Sergipe e tornou-se Deputado.

Deixou Sergipe para servir o exército brasileiro na Guerra do Paraguai. Foi eleito membro titular da Academia Nacional de Medicina em 1862, apresentando a Memória intitulada “O tétano é uma perversão dos nervos do sentimento”.

Foi testemunha presente na maior Peste ocorrida em Sergipe: a epidemia de cholera de 1855, e nos deixou um relato real e comovente do cholera em Laranjeiras:

“Em 24 de outubro de 1855, o flagelo desse monstro nascido nas águas do Ganges, e que se ergueu com a mortalha em uma mão, e empunhando na outra a foice da morte, encarando a humanidade como o seu mais encarniçado inimigo, e fazendo a sua marcha sobre montões de cadáveres – o cholera morbus escolheu a cidade de Laranjeiras para cobri-la com o sudário, e sepultá-la num tumulo. Dois meses de terror, desespero, pranto e luto passou essa risonha cidade. Tudo parecia nela aniquilar-se.”

“Imensos foram os estragos e os prejuízos causados por esse flagelo. Quem não sofreu no coração, sofreu em seus interesses. O número de vítimas sepultados no cemitério desta cidade sobe a mais de quatro mil. O cholera trouxe um cortejo de males para Laranjeiras, depois que por misericórdia divina, se apartou saciado de flagelar seus habitantes.”

Antonio Samarone.

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