quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

O DESENCANTO COM O GOVERNO.

O Desencanto com o Governo.
(por Antonio Samarone)

O poder em Sergipe já foi um ninho de águias, hoje é um ninho de pardais e quero-queros. Festas, tapinha nas costas, conchavos de bastidores e uma imprensa amiga não resolvem, sem ações administrativas, sem um projeto de desenvolvimento do estado.

Uma celebre historiadora sergipana sentenciou: a história de Sergipe se confunde com a história de Aracaju. A mudança da Capital (1855), foi uma locomotiva para Sergipe. A luta política trava-se em Aracaju, mesmo o líder sendo do interior, afirmou a doutora.

Na história política de Sergipe, a vitória da oposição em eleições para governador, sempre foi uma raridade. Três ou quatro ocasiões. Quem está de cima controla a máquina, os empregos, os favores e os mimos.

Um conhecido Coronel declarou o apoio ao governador Leandro Maciel: “estou com o senhor e com os seus legítimos sucessores.” Em Sergipe, parte da oposição namora o governo.

Um ex-vereador do Aracaju, em meu tempo, dizia em alto e em bom som: “o poder é um jegue carregado e rapadura, até o rabo é doce.”

As eleições de 2022 em Sergipe, foi uma surpresa. Um líder forjado no interior, puxado por sua gestão na Prefeitura de Itabaiana, pouco conhecido no estado, carismático, com um discurso coerente, cativou o eleitorado. Poucos entenderam.

A grande Aracaju entendeu: o povo queria o Pato no Governo! Não vou repetir o que é de domínio público: a eleição foi subvertida no tapetão. A derrota do Governo em Aracaju foi prova desse desencanto.

Sergipe padece com uma safra de governadores sem muita inspiração. As obras estruturantes são da época de João Alves. Déda ficou nas boas intensões.

Vivemos um período de vacas magras. A sombra do marasmo é compensada com uma explosão de festas: Sergipe Verão, Sergipe Inverno, Sergipe isso, Sergipe aquilo.

Nem só de festas vive o homem! O poder está voltado para si, sem um projeto de desenvolvimento. Sergipe definha!

Enquanto isso, um medo ronda os palácios: Valmir voltar a disputar o mandato que lhe tomaram. Conspirações, calúnias, fake news mentiras, intrigas, um vale tudo, desde que as próximas eleições sejam por WO.

Se nada funcionar politicamente, eles vão as barras da justiça.

A luta política abandonou o campo das ideias. O Brasil tem 29 Partidos legalizados, um quiproquó, um terreno movediço, onde políticos sem votos, sem o reconhecimento do povo, se apropriam de siglas partidárias e passam a tratar dos seus interesses.

Tem chefes políticos donos de vários Partidos.

Os líderes bens votados e sem partido são poucos. Comem o pão que o diabo amassou. A inveja e a ambição dos sem votos, donos de Partidos, transformam a vida desses líderes num inferno. É o fogo amigo.

O parágrafo único, do artigo 1º, da Constituição Federal, expressa um sonho distante: “todo poder emana”. De longe, o povo sabe disso, mas tem paciência. Se tomaram uma vez, o povo insiste, vota de novo.

A cruzada da politicagem para derrubar o Pato é acirrada. O povo não é besta, está acompanhando...

Antonio Samarone. Médico sanitarista.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário