terça-feira, 18 de julho de 2017

PRIMEIRA MÉDICA SERGIPANA


As Mulheres na Medicina.

Entre as obras produzidas na primeira Faculdade de Medicina do Ocidente, a famosíssima Escola de Salerno (Collegium Hippocraticum), criada no século X, próximo a Nápoles; encontramos a (“De passionibus mulierun curandorum ante, in, post partum”) – Sobre as doenças das mulheres, versando sobre ginecologia, obstetrícia e puerpério, escrito por Trotula Abella, uma das grandes na história da medicina.

Mesmo no Brasil, onde o acesso as Faculdades de Medicina era vedado às mulheres até 1879, algumas mulheres conseguiram destacar-se: A mais célebre e a mais conhecida foi à madame Durocher, Maria Josefina Matilde Durocher, parteira nascida em Paris em 1808 e falecida no Rio de Janeiro em 1893. Chegou a membro titular da Academia Imperial de Medicina. A primeira mulher a merecer tal distinção.

Durante o período Colonial e parte do Império (século XIX), a obstetrícia era praticada pelas parteiras e comadres (aparadeiras). Os médicos só eram chamados nos casos complicados. As parteiras, a maioria de origem francesa, não só realizavam os partos, como sangravam, vacinavam e tratavam das moléstias do útero.

A primeira médica brasileira, a carioca Maria Augusta Generoso Estrela, formou-se nos Estados Unidos, em 1881. As primeiras mulheres formadas no Brasil foram às gaúchas Rita Lobato Velho Lopes, em 10 de dezembro de 1887, na faculdade de medicina da Bahia; e Ermelinda Lopes de Vasconcelos, formada em 1888, no Rio de Janeiro.

Ítala Silva de Oliveira (FOTO) foi à primeira sergipana formada em medicina, em 31/10/1927, na faculdade da Bahia, defendendo a tese “Da sexualidade e da educação sexual”. Nascida a 18 de outubro de 1897, em Aracaju, e falecida no Rio de janeiro em 1984, filha de Silvano Auto de Oliveira e D. Marcionilla Silva de Oliveira, estudou no Atheneu Sergipense, foi professora da Escola Normal, uma das fundadoras do Asilo Rio Branco, Secretaria da “Liga Sergipana contra o Analfabetismo” e feminista atuante. Depois de formada passou a clinicar e residir no Rio de Janeiro, não tendo mais retornado a Sergipe.


A trajetória dessa polêmica intelectual sergipana foi objeto de investigação de uma brilhante tese, da doutora Anamaria Gonçalves Bueno de Freitas, reabrindo a questão sobre esquecimento devotado à doutora Ítala Silva de Oliveira, em Sergipe. Ítala Silva de Oliveira publicou vários trabalhos na imprensa sergipana: “O casamento civil”, “A mulher e o voto”, “Pela instrução”, “Conferências”, “Asilo Rio Branco”, “Pelo feminismo”, entre outros.

Antonio Samarone. 

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