As Mulheres na Medicina.
Entre as obras produzidas na primeira Faculdade de Medicina do Ocidente, a famosíssima
Escola de Salerno (Collegium Hippocraticum), criada no século X, próximo a Nápoles;
encontramos a (“De passionibus mulierun curandorum ante, in, post partum”) –
Sobre as doenças das mulheres, versando sobre ginecologia, obstetrícia e
puerpério, escrito por Trotula Abella, uma das grandes na história da medicina.
Mesmo no Brasil, onde o acesso as Faculdades de Medicina era vedado às
mulheres até 1879, algumas mulheres conseguiram destacar-se: A mais célebre e a
mais conhecida foi à madame Durocher, Maria Josefina Matilde Durocher, parteira nascida em Paris em 1808 e
falecida no Rio de Janeiro em 1893. Chegou a membro titular da Academia
Imperial de Medicina. A primeira mulher a merecer tal distinção.
Durante o período Colonial e parte do Império (século XIX), a obstetrícia
era praticada pelas parteiras e comadres (aparadeiras). Os médicos só eram chamados
nos casos complicados. As parteiras, a maioria de origem francesa, não só realizavam
os partos, como sangravam, vacinavam e tratavam das moléstias do útero.
A primeira médica brasileira, a carioca Maria Augusta Generoso Estrela,
formou-se nos Estados Unidos, em 1881. As primeiras mulheres formadas no Brasil
foram às gaúchas Rita Lobato Velho Lopes, em 10 de dezembro de 1887, na
faculdade de medicina da Bahia; e Ermelinda Lopes de Vasconcelos, formada em 1888,
no Rio de Janeiro.
Ítala Silva de Oliveira (FOTO) foi à primeira sergipana formada em medicina, em
31/10/1927, na faculdade da Bahia, defendendo a tese “Da sexualidade e da
educação sexual”. Nascida a 18 de outubro de 1897, em Aracaju, e falecida no
Rio de janeiro em 1984, filha de Silvano Auto de Oliveira e D. Marcionilla
Silva de Oliveira, estudou no Atheneu Sergipense, foi professora da Escola
Normal, uma das fundadoras do Asilo Rio Branco, Secretaria da “Liga Sergipana
contra o Analfabetismo” e feminista atuante. Depois de formada passou a clinicar
e residir no Rio de Janeiro, não tendo mais retornado a Sergipe.
A trajetória dessa polêmica intelectual sergipana foi objeto de investigação
de uma brilhante tese, da doutora Anamaria Gonçalves Bueno de Freitas,
reabrindo a questão sobre esquecimento devotado à doutora Ítala Silva de
Oliveira, em Sergipe. Ítala Silva de Oliveira publicou vários trabalhos na
imprensa sergipana: “O casamento civil”, “A mulher e o voto”, “Pela instrução”,
“Conferências”, “Asilo Rio Branco”, “Pelo feminismo”, entre outros.
Antonio Samarone.
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