GERALDO BEZERRA – Nascido à
fórceps pelas mãos do Dr. Ávila Nabuco e da Irmã Furtunata, na maternidade do
Hospital de Cirurgia, em 29 de setembro de 1946. Filho do Juiz de Direito de
Itabaiana e militante da Liga Eleitoral Católica (LEC) José Bezerra e de Dona
Cacilda. Geraldo passou a primeira infância no Bairro Santo Antonio, tendo como
professora a conceituada Umbertina Barbosa.
Geraldo Bezerra foi morar em
Itabaiana em 1957, aos 10 anos de idade, passando pelos bancos da Escola de
Maria Branquinha e do Murilo Braga. Conheceu como poucos os bastidores da tumultuada
vida política de Itabaiana do final da década de 1960. Geraldo Concluiu o ensino
fundamental no Colégio Atheneu. Em 1966, foi aprovado em primeiro lugar em
medicina, na Universidade Federal de Sergipe.
A sua escolha por ser médico
passou por uma vivência de sofrimento. Com apenas seis anos de idade, acompanhou
a dolorosa morte de sua tia Glorinha com câncer de mama, metástase para o
pulmão, mastectomizada de forma radical, com remoção dos músculos peitorais,
deixando-a com um aspecto desfigurado. Como se morria em casa, o pequeno
Geraldo assistiu aquele sofrimento, levando-o a tomar uma decisão, seria
médico, para encontrar um tratamento para tão insidiosa moléstia.
Dito e feito. Entrando na
Faculdade procurou logo cedo acompanhar o Dr. Oswaldo Leite, o primeiro oncologista
de Sergipe, que em 1959, iniciou o tratamento radioterápico do câncer por aqui.
O Dr. Geraldo Bezerra seguiu o seu mestre e professor. Terminado a graduação,
foi ao Rio de janeiro especializar-se em oncologia, sua missão. Retornando a
Sergipe por volta de 1975, o segundo oncologista iniciou a quimioterapia em
Sergipe, sendo a primeira paciente uma mulher com câncer de mama, no hospital
Santa Isabel. Nada mais simbólico, o Dr. Geraldo usando novos recursos
terapêuticos, ainda precários, tentando salvar uma vida do terrível mal, que
tinha abatido a sua tia. A droga usada foi o endoxan, uma ciclofosfamida de
baixa eficácia e elevados efeitos colaterais. O Dr. Geraldo Bezerra montou o
ambulatório de oncologia do INAMPS em Aracaju, onde atuou até a aposentadoria.
O Dr. Geraldo Bezerra foi um
eterno professor, desde jovem. Como coroamento, terminou ensinando genética
médica no curso de medicina da UFS. Sempre foi um apaixonado pela história. No
primeiro ano do ginásio, em Itabaiana, o professor Eduardo Porto (Pompéia)
passou como dever de casa um trabalho sobre a ocupação dos corsários franceses
no Rio de Janeiro no século XVI. A apresentação do pequeno Geraldo foi tão
maravilhosa, que o professor sempre o requisitava para a apresentação do
trabalho nas series mais avançada, como prova de que se estudando as coisas
ficam fácies.
Hoje, aos 71 anos, 46 de casado
com Dona Elisabeth, pai de três filhos, o Dr. Geraldo Bezerra continua assistindo
as suas missas semanalmente, e atendendo as suas pacientes na AVOSOS. Sereno,
equilibrado, com a sensação do dever cumprido, alimentando planos de escrever
sobre muitas passagens da vida. O Dr. Geraldo possui uma memória recheada de
estórias e versões sobre a vida sergipana. Aguardando os seus escritos...
Antônio Samarone.
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