O Tamanho de Sergipe.
A Capitania de Sergipe d’El-Rey
abrangia as cinquenta léguas contadas da margem direita do Rio São Francisco,
doadas inicialmente a Francisco Pereira Coutinho, e que terminava entre os Rios
Pojuca e Sabahuma, distante vinte léguas da Baia de Todos os Santos. A confusão
começou porque Coutinho se estabeleceu na Baia de Todos os Santos, já ocupada
por Caramuru, com a povoação de Villa Velha. Por desconhecer a área que lhe
pertencia, Coutinho durante os onze anos que passou por aqui só explorou o que
não era seu. A sua comitiva chegou em 1536 e Coutinho foi devorado pelos
tupinambás na Ilha de Itaparica em 1547.
Com a nomeação de Tomé de Souza
primeiro Governador, em 07/01/1549, foi criada a Capitania Geral da Baia de
Todos os Santos, que abrangia seis léguas em quadro em torno da povoação do
Salvador que seria fundada por Tomé de Souza. Essa Capitania de Todos os Santos
tornou-se a sede do Governo Geral instituído. O erro proposital que os historiadores
baianos difundiram é que a Capitania Geral da Baia de Todos os Santos era a
mesma Capitania de Francisco Pereira Coutinho, erro que alguns historiadores
sergipanos repetem até hoje, pois essa tese facilitou ao longo dos séculos o
avanço da Bahia.
Com a morte de Coutinho, a família
não teve condições de continuar a exploração, tendo a Capitania ficado intocada
por longo anos. Somente a partir de setembro de 1573, quando a Coroa compra a
Capitania de Coutinho, é que é dado ao Governador Luiz de Brito ordem para
explora-la, resultando na fracassada expedição de 1575. O território da
Capitania de Coutinho só veio a ser conquistado em definitivo pelos portugueses
em 1590, recebendo o pomposo nome de Capitania de Sergipe d’El-Rey.
Facilitando para quem achou o
texto confuso, o litoral da Capitania de Sergipe quando criada em 1590, possuía
uma extensão de 300 Km (50 léguas), começando na foz do Rio São Francisco, e foi
reduzido ao longo do tempo aos atuais 163 Km, com o progressivo avanço da
Bahia. Sem esquecer o avanço na área equivalente ao sertão de Jeremoabo.
Claro,
essa polêmica das fronteiras está ultrapassada, quem perdeu, perdeu, não tem
mais jeito. Ocorre, que essa polêmica ainda está rolando a nível de Assembleia
Legislativa de Sergipe, pois a Bahia achou pouco e ainda está querendo avançar
mais uma beirinha, rediscutindo município por município.
Antonio Samarone.
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