terça-feira, 29 de outubro de 2013

Assistência à criança em Itabaiana.






Antonio Samarone
Academia Itabaianense de Letras.

Durante a década de 1950 foram criadas entidades de proteção as gestantes e crianças. O Departamento Nacional da Criança, em parceria com as Prefeituras Municipais, fundou em quase todos os municípios de Sergipe associações de proteção e assistência à maternidade e a infância. A Associação de Itabaiana foi fundada em 13 de junho de 1954, tendo como Presidente a senhora Maria de Oliveira Mendonça; como Secretários Eliseu Teles Rego e Josefina Mendonça.
Entre os objetivos dessa Associação, previstos em seus estatutos (art. 2º), encontravam-se: higiene da maternidade e da infância, e sua proteção e assistência antes e depois do parto; assistência médica a criança, a gestante e a nutriz; assistência alimentar; proteção e educação das crianças órfãs e abandonadas; proteção, tratamento e educação de crianças com problemas, físicos, mentais e sociais (surdo-mudas, cegas, aleijadas, paralíticas, etc); proteção, recreação e educação de crianças de mães que trabalhem fora do lar; divulgação dos preceitos de higiene e puericultura; recreação e educação física para as crianças em geral.
No artigo 3º dos estatutos da Associação previam: na medida do possível, a Associação organizará, instalará e manterão estabelecimentos destinados à proteção e assistência à maternidade e a infância, tais como maternidades, posto ou centro de puericultura, creche, casa da criança, cantina maternal e infantil, educandário, hospital infantil, etc.
Na verdade, apesar do aperfeiçoamento atual de alguns conceitos, as questões centrais da assistência à infância já estavam postas na década de 1950.
Era o Estado brasileiro, através de uma iniciativa da União, procurando envolver as municipalidades através de suas Prefeituras e estimular a participação da sociedade cível nessas Associações. Essa estratégia de ampliar a cobertura dos serviços de saúde teve relativa eficácia.
No caso de Itabaiana, não temos notícia do destino dessa Associação, entretanto, em pouco tempo seria criada a primeira maternidade local, iniciativa de outra Associação da mesma natureza, mas de inspiração religiosa.
O Centro de Ação Social Católica de Itabaiana, dirigido pelo Padre Artur Moura Pereira, inaugurou em 01 de setembro de 1959 a Maternidade São José, com 22 leitos para gestantes indigentes e 02 para pensionistas. Todos os equipamentos da Maternidade foram doados pela Legião Brasileira de Assistência (LBA). Foi indicado como diretor da nova Casa de Saúde o médico humanitário Pedro Garcia Moreno. Durante o primeiro ano de funcionamento foram internadas nessa Maternidade 282 mulheres; sendo 218 partos, 55 atendimentos a abortos, 07 para observação, 02 extração de placenta; 211 crianças nascidas vivas, 14 nascidas mortas, 01 parto cirúrgico e 01 óbito materno.
Na solenidade de inauguração estavam presentes: o Bispo diocesano, Dom José Vicente Távora; o Diretor do Departamento Estadual de Educação, Padre José Araújo Mendonça; representante da LBA em Sergipe, Dr. Carlos Melo, Dr. Airton Teles, Padre Artur Moura Pereira, D. Maria Pereira e Antonio Oliveira. A solenidade foi abrilhantada pela banda de música de Campo do Brito.
Em 11 de fevereiro de 1967, foram aprovados os Estatutos da Maternidade São José, como uma sociedade civil, sem fins lucrativos, que visava prioritariamente o atendimento da gestante desamparada. A primeira direção foi constituída pelas Irmãs Rafaela Pepee, Marta Hulshen, Evência Vasconcelos e Maria Ivência Lobo. O Colégio e Artesanato Dom Bosco foi fundado em 01 de março de 1963.

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