segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O TEMPO



O Tempo (por Antônio Samarone)

Comemoramos quarenta anos de formados. Envelhecemos sem perceber. Nesse tempo quase não nos encontramos, cada um seguiu o seu caminho, os seus sonhos.

O que me chamou a atenção foi que chegamos quase a um mesmo ponto. O sucesso ou insucesso de cada um durante a jornada, no final pesou pouco.

A condição humana é implacável. A velhice e a morte são universais.

Mesmo afastados, na essência, ninguém mudou muito. O caráter, a personalidade, os gestos, as falas e o humor não mudaram. Todos corresponderam a imagem que eu tinha de cada um em minha memória.

Colegas que eu não via há quarenta anos, continuam com o mesmo sorriso.

Só uma grande mudança: todos ficaram mais humildes. O tempo reforçou a fragilidade humana.

Somos a última geração de médicos humanistas, voltados aos pacientes. Pelo menos no discurso, nos fundamentos e na narrativa.

Alguns não compareceram, conforme o previsto. Se na época da formatura me fosse perguntado: quem daqui estará presente na comemoração dos quarenta anos de formado? Eu tinha acertado em noventa por cento.

Não mudamos quase nada!

A missão agora é poder participar da comemoração dos cinquenta anos de formados. Ou quem sabe, até dos sessenta...

Antônio Samarone.

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