Se non é vero, é ben trovato...
Ouvi dizer que, pelos idos de
1993, um fato inusitado ocorreu em Itabaiana. O maior intelectual da cidade,
escritor consagrado, magistrado federal em segundo grau, preparava-se para mais
uma festa de lançamento do seu último livro. Convites distribuídos, coquetel preparado,
salão de festa da Atlética decorado, a solenidade estava marcada para as 19
horas em ponto. Era mais um reconhecimento da cidade a seu filho ilustre. Todos
aguardavam ansiosos o grande momento.
O Prefeito da cidade, comerciante
bem-sucedido, homem de muitas posses, passou no local do evento meia hora antes
e perguntou a mocinha que tomava conta: - quanto custa cada livro? A menina
respondeu: - trinta reais. Quanto livros ainda tem, indagou o chefe político? A
menina respondeu: - cinco pacotes de cinquenta livros. O Prefeito rapidamente
fez a conta, duzentos e cinquenta vezes trinta, sete mil e quinhentos reais. No
afã de agradar ao magistrado escritor, retirou o maço de dinheiro, tudo nota de
cem, e disse-lhe: - esses são meus. E ordenou ao ajudante, Trovoada, pegue ali
os pacotes e jogue no fundo da caminhoneta.
Resultado, quando o escritor
chegou para começar a noite de autógrafos, a edição do livro tinha esgotado. Os
convidados voltaram para as casas de mãos abanando.
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