Antonio Samarone.
Walter Pinheiro
Noronha, nascido em 03/03/1954, filho de Lafaiete Noronha (Guilhermino Noronha
e Maria da Purificação Noronha , órfão de pai e mãe cedo, sendo criado pelo
tio, Esperidião Noronha) e Josefa
Cristina Noronha (filha de Boanerges de Almeida Pinheiro e Maria da Conceição
Almeida). Tive sete irmãos: Guilhermino; Fernando; Tófilo; Rubens; Ricardo
(baleia) Neuma e Núbia. Casado com Vilma Alves Pereira Noronha, em 1983, e
tiveram três filhos: Viviane, Formada em Direito, Vitor, Formado em Odontologia
faz especialização em Ortodontia em Araraquara São Paulo e Vinicius, estudante
de direito na UFS.
Sonâmbulo, quando
criança, uma vez meu pai foi pegar ele na praça da igreja, próximo à casa do avô
materno, Seu Boanerges, na Rua do Futuro. Walter também dormia bastante, se ia
ao cinema e alguém não acordasse, ele ficaria dormindo.
Walter tinha medo de dentista,
Eduardo Porto e seu Josias Bittencourt arrancavam os dentes dele à noite, quando
a dor ficava insuportável.
Esquecido, quando
passou em odontologia, Dona Cristina preparou a mala de roupas brancas, para
variar, Walter deixou no ônibus.
Walter tinha suas
traquinagens, fez o curso preparatório de noivo, pelo irmão, Teófilo, que
morava em Belo Monte, em Pernanbuco. Todas as vezes que o padre fazia a
chamada, Teófilo, Walter respondia presente, e a turma que conhecia os dois
caia na gargalhada.
Walter possuía uma veia
cômica e os amigos achavam que ele se parecia com Chico Anísio. Em seu primeiro
ano de universidade, o humorista veio fazer um espetáculo aqui em Aracaju, no
Teatro da UNIT, como ele estava sem grana, sua tia Zefinha e Dona Ceça, sua
avó, fez uma vaquinha e comprou o ingresso de Walter.
Quando criança, Walter
organizou um circo, pegava os bodes de Dáia (sua tia Lindaura) e levava para
fazer um espetáculo chamado de bodada, semelhante à tourada, com bem menos
riscos, também fez espécie de instrumento com garrafas de vidro transparente de
1 litro, contendo líquido coloridos, na quantidade que emitia sons variados
conforme as notas musicais, e cobrava ingressos dos meninos amigos. Tereza
Cristina e Neuma ficavam vendendo os ingressos. Funcionava no quintal da casa dele, onde hoje
funciona a Floricultura Flor do Campo. Era um Show de música e tourada,
certamente, uma influência espanhola.
Era a preguiça em
pessoa, sua tia tinha um sítio no açude da Marcela e quando era hora de voltar
de lá todos trazia algo, mas ele sempre não podia inventava sempre alguma coisa
e tia Lindaura tinha pena trazia o q era para ele trazer.
Primeira professora:
Dona Josefa Cordélia Alves Santos, esposa de Manoel de Zeca dos Peixes (uma
escolinha na Rua de Macambira, perto do bar de Zezé de Jone, dona Maria
Floresta, dona Letícia, esposa de um delegado Durval, Dona Ermelina, esposa do
doutor Flodualdo (o médico dos pobres do Beco Novo), Minha mãe ficava de
tocaia, esperando a chegada de Flodualdo para me levar para consultas, nunca
voltava de mãos vazias, um remédio de verme, um fortificante, um frasquinho com
pó de sulfamida, para as perebas e violeta genciana para as micoses; e dona
Helena de Branquinha, onde concluiu o primário. Fez o exame de admissão no
colégio Estadual de Itabaiana, para ingressar no ginasial, com atestado de dona
Helena, quando ainda era terceiro ano primário. Naquele tempo podia. Achava-se
que ele não precisava fazer o quarto ano primário, já era muito sabido.
No Murilo Braga, logo
no primeiro ano ele foi reprovado, por minha culpa. Vamos ao fato: a professora
Mercedes, de história, gostava de provas difíceis. Eu, amigo do padre Antonino,
rato de sacristia, mexendo nos lixos do padre encontrei um estêncil usado,
daqueles de mimeógrafos a álcool, com a prova de minha turma. Naquele tempo só
a Paróquia possuía essa novidade tecnológica. Não hesitei, peguei o estêncil,
ainda bem legível, e sair para o sucesso. Só que menino não aguenta ficar sem
contar segredo, a travessura é mais gratificante que a nota, procurei Walter,
tucá, Adilson, sair para as escondidas para mostrar o troféu. Como não existe crime perfeito, Vilma de seu
Abdias ficou de fora, e segundo testemunhas, nos entregou de bandeja a bela
professora. Resumo, Walter foi condenado a reprovação. Depois ele liderou a organização
de uma gincana cultural-recreativa nos 25 anos do CEMB, era da turma do 3º, ano
científico 1974.
Walter participa ativamente
da fundação do Rotaract Club de Itabaiana, (sócio fundador do Rotaracty Club de
Itabaiana) em 23 de abril de 1977, onde fora eleito Presidente da primeira
gestão por tempo provisório. Seu vice
foi o famoso João Andrade. São as primeiras manifestações culturais, fora do
guarda-chuva clerical, após o Concílio Vaticano II.
Walter foi um destaque
do Voleibol em Itabaiana, com o professor José Antonio Macedo, e com a
supervisão de Alberto Menezes, chegando a ser convocado para a seleção
sergipana. Essa equipe de voleibol era formada Ronaldo de Dalva, João de Timbeu
e Orlando de Joza. Antes, Djalma Lobo, Canhoto, e uma turma do Banco do Brasil,
jogavam voleibol na praça do Dr. Gileno, no lendário campo de Poconé. Para os
mais novos, ficava ali pelos fundos da Associação Atlética.
No período do
vestibular, Walter pegou uma hepatite, ficou em casa num longo repouso, sob os
cuidados de Guilhermino, seguindo uma dieta esquisita, só comia goiabada e
chupava lima, esquisita ou não, o certo é que ficou bom.
Na aula inaugural de
Anatomia no CCBS, auditório lotado, o professor começa a chamar os calouros
para o famoso juramento ao cadáver. A cada um que se aproximava, era perguntado
o nome, etc. uma apresentação. Na vez do Dr. Tinho, ele ficou nervoso, gaguejou e não saiu
nada. Walter
lá da última fila, atrás de todo mundo, gritou: professor, aí é Tinho, filho de
Paulo, neto de Bernabé, o famoso rezador do Sítio Porto, em Itabaiana, houve
uma risada geral e o Dr, Tinho se deu por apresentado.
Formou-se em
odontologia em 1980, incorporou-se ao Exército, como oficial dentista, onde
permaneceu por cinco anos. Depois do quartel, foi trabalhar na Saúde do
Município, administração de José Carlos Teixeira, onde o Secretário da Saúde
era o ilustre itabaianense, Dr. Marcondes de Jesus, filho de Seu Eronildes, e secretário
da administração era outro itabaianense, o Dr. Bosco de Jubal.
Em 1992, ingressou por
concurso na faculdade de Odontologia da UFS, como professor de prótese fixa. Especialista
em Ortopedia Funcional dos Maxilares, pela Camilo Castelo Branco, em Recife e
Especialista e Mestre em Ortodontia, pela São Leopoldo Mandic, Campinas São
Paulo. Atualmente é Professor de ortodontia da UFS, tendo substituído o Dr.
Manoel Cardoso, o mesmo Manuca da Federação de Futebol. Walter é também Coordenador de Pós-graduação em Ortodontia.
Como professor, vejam o
depoimento da Aluna Manoela Rocha: “O professor Noronha é dono de uma sabedoria que
inspira muitos de nós, é dono de um abraço verdadeiro, de um olhar compreensivo
e de um sorriso motivador.” “Num curso tão exigente como a Odontologia, ser
aluno de Noronha é acreditar que nós somos capazes de suportar quaisquer
adversidades e no final da jornada, não há como não nos transbordarmos de
gratidão.” “E é por isso que não é
estranho ele se revezar entre ser paraninfo ou mestre-amigo de todas as turmas.”
Autor de um importante Livro
de Ortodontia. Bioprogressiva - Mau caderno. Editora Napoleão de SP. Editado em Português e
Espanhol e publicado em toda América Latina.
Vou encerrar com uma
citação, de Viviane, sua filha: “Mas além da perseverança ele tem tantas outras
qualidades e defeitos, como qualquer um, tem paixões e desgostos, como qualquer
um, mas diferente que "qualquer um",vai se tornar um IMORTAL, e como
não me orgulhar mais uma vez desse pai, desse homem, desse MESTRE?!”
O amor presente em cada palavra, vírgula e ponto.Emocionante e lindo!
ResponderExcluirParabéns Walter. Sua família é linda!
De fato, Mazé, a solenidade foi emocionante.
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