Quem irá suceder ao sofrível governo de Jackson
Barreto?
A separação estado/sociedade ficou tão
acentuada que para os que estão no bloco da política a única preocupação é como
permanecer. Existe uma lógica interna no jogo: aliar-se com quem, filiar-se em
que partido, quais as coligações interessantes, qual a barganha a ser feita,
quem irá ser o candidato a que, quais os compromissos que ele assume, quem
apoia quem, em suma, qual o espaço de cada um. A essa negociação interna pela
divisão do butim é o que se chama vulgarmente dos bastidores da política. Vamos
a um exemplo desse tipo de análise.
Quem irá suceder ao sofrível governo de Jackson Barreto? As composições políticas em
Sergipe estão aceleradas. A candidatura do governador ao Senado apressou o passo
da campanha. A caravana de Lula inaugurou os comícios. Valadares inventou o
“pensar Sergipe”. André Moura circula com verbas federais para os aliados. Doutor
Emerson, da Rede, está preparando uma surpresa. Pensam todos: se Jackson, no
governo, já está em campanha, já saiu na frente; o jeito é a oposição sair
atrás. O governador, político tarimbado, anda em zigue-zague, ora com Lula, ora
com André Moura. Qual o critério? Onde a sua eleição seja mais fácil. Claro,
esse apressamento pode trazer problemas. Como a conjuntura nacional ainda é
nebulosa, imprevisível, tudo podendo acontecer; muita gente pode ter que voltar
atrás e ser obrigado a marchar com quem não estava nos planos. Adversários podem
ser correligionários no próximo ano, e vice-versa. Portanto, é bom amansar a língua.
Vamos
a um dos cenários. Com o provável impedimento judicial da candidatura de Lula,
mesmo assim, ele continuará sendo a maior liderança política do país. Talvez
preso se fortaleça. Lula pode se tornar vítima, mesmo as pessoas acreditando
que ele participou do banquete da corrupção. A lógica é outra, por que só ele
foi impedido de ser candidato? Em qualquer circunstância, o PT não deixará de
ter um nome a Presidente da República. Lula indicará esse nome. Para quem já elegeu
Dilma, nada é impossível. Neste cenário, o PT vai procurar compor com os
Partidos próximos ideologicamente. Uma chapa nacional PT/PSB torna-se provável,
seria bom para os dois Partidos. Nesse caso, o PT e o PSB em Sergipe marchariam
separados? Valadares já percebeu. Essa semana andou falando que não vai
fustigar Lula, que num segundo turno ele marchará com os vermelhos. E como
ficam os petistas candidatos, cada um cuidando do seu negócio? Muitos com parte
da campanha à reeleição montada na força da máquina governamental, vão ter que
recuar? Por isso, afirmações do tipo, “em Valadares em não voto”, podem ser
desmentidas. O jogo está aberto.
Vários
cenários, várias conjecturas podem ser montadas e desmontadas para a sucessão
em Sergipe, com maior ou menor probabilidade. Contudo, nenhuma análise pode
deixar de considerar os interesses nacionais. Pensar as alianças em Sergipe na
exclusiva lógica paroquial, pelo menos para os grupos que disputarão com
chances a Presidência da República, poderá conduzir a um erro fatal na
avaliação política. O jogo em Sergipe começou antes da definição do regulamento
do campeonato. No devido momento a sociedade será informada quem foram os
escolhidos para ela apertar e confirmar nas urnas. Ainda é cedo...
Antônio
Samarone
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