DIETRICH
WILHELM TODT - (um alemão, nascido na Bahia, com a alma sergipana).
O
Dr. Todt nasceu em 27 de dezembro de 1937, na Maternidade Climério de Oliveira, em Salvador/BA. Só nasceu, pois na verdade é natural de Cachoeira do Paraguaçu, no
Recôncavo Baiano. O pai, Hans Karl Todt (João Carlos Todt), veio da Alemanha
logo após a Primeira Guerra, para trabalhar nas fábricas de charutos Dannemann e
Suerdieck, empresas de origem alemãs; a sua mãe é a baiana Stella Machado Todt.
O Dr. Todt fez o primário no Colégio Montezuma, em Cachoeira; e o secundário no
Colégio Maristas, em Salvador. Em 1958, entrou na Universidade no curso de medicina
veterinária, tendo concluído em 1962. Como médico veterinário, foi funcionário
da Inspetoria Sanitária da Bahia. Em paralelo, em 1959 foi também aprovado no
vestibular para o curso de medicina. Como não era possível fazer os dois cursos
ao mesmo tempo, esperou concluir o de Veterinária, e em 1963, começou para
valer o curso de medicina, tendo se tornado médico em 1968. Em resumo, o Dr.
Todt formou-se em medicina veterinária em 1962; e em medicina em 1968.
Atendendo
ao convite do concunhado Dr. José Augusto Barreto, transferiu-se para Aracaju logo
após a conclusão do curso de medicina. Atuou no INAMPS, inicialmente no Serviço
de Emergências Médicas da Previdência Social (SAMDU). Foi plantonista do Pronto
Socorro do Hospital de Cirurgia, atuando ao lado dos colegas Fernando Felizola
e Fernando Sampaio. Pertenceu ao corpo clínico do Hospital São José. Em 1972
prestou concurso para a UFS, lecionando a disciplina parasitologia, depois substituiu
Aírton Teles na clínica, após fazer o mestrado em pneumologia pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, no serviço do professor Mário Rigatto, nos anos
de 1976 e 1977. Na chegada do Dr. Todt à Sergipe, surgiu um boato no meio
médico, dizia-se a boca miúda: José Augusto Barreto é tão influente, que trouxe
um concunhado da Bahia, que mesmo sendo médico veterinário está atendendo gente
no hospital.
O
Dr. Todt iniciou a nova pneumologia em Sergipe, a especialidade com vocação
clínica, próxima a cardiologia. Antes, os médicos especializados em pulmão eram
os tisiologistas, centrados no combate da tuberculose e ligados à Saúde Pública.
Tisiologistas tivemos Paulo Faro, José Maria Rodrigues, Lourival Bonfim, entre
outros. Na pneumologia clínica o pioneiro foi o Dr. Todt. A especialidade teve
grande avanço com a descoberta dos corticoides inalatórios, dando um impulso no
tratamento da asma, antes de baixa eficácia. Usava-se o chá de zabumba (Brugmansia
suaveolens), uma planta alucinógena, no tratamento da asma.
O
Dr. Todt participou, ao lado de José Augusto Barreto e outros colegas, na
criação da Clínica São Lucas, em 18 de outubro de 1969, sendo o seu Diretor
Clínico. Em seguida, a Clínica se transformou no atual Hospital São Lucas. Dr.
Todt foi fundador da Sociedade Sergipana de Pneumologia, tendo exercido a
presidência da entidade por dois mandatos. Presidiu o 11º Congresso Norte
Nordeste de Pneumologia, realizado em Aracaju. Membro fundador da Academia
Sergipana de Medicina, onde ocupa a cadeira de número quinze, que tem como
patrono o Dr. Gérson Siqueira Pinto.
O
Dr. Todt é casado desde 1964, com a nutricionista Eunice de Azevedo Todt (Dona
Nicinha), pai de seis filhos (Ângela, Ana Luíza, João Carlos, Maurício, Sérgio
e Miguel); avô de onze netos e bisavô de Alice. Por influência do pai, o Dr.
Todt é torcedor do Fluminense e possui a alma luterana, mas acompanha a esposa
nos cultos católicos. Aos oitenta anos, o Dr. Todt mantém a disciplina germânica, a memória intacta e a clareza do dever cumprido. Acredita que a medicina
artesanal, humanizada, centrada na relação médico paciente é superior a atual
medicina dos procedimentos, centrada apenas na incorporação da tecnológica. “É
fundamental o toque, o contato, a atenção acolhedora aos pacientes”, nos ensina
o Dr. Todt. (foto: Dr. Todt e dona Nicinha).
Antonio Samarone.
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