EVERTON
DE OLIVEIRA – Mestres da medicina em Sergipe...
Everton
de Oliveira (90 anos), nasceu em Neópolis, em 31 de outubro de 1927, filho de
Ulisses de Oliveira, operário da fábrica de tecido dos Peixoto Gonçalves, na
Passagem, e dona Alice de Oliveira. Órfão de mãe logo cedo, Everton foi criado inicialmente
pelos avós maternos, dona Olímpia e seu Pedro Narigudo. Começou o curso
primário no Colégio dos Padres, em Piaçabuçu, e concluiu na Escola do Professor
Quincas, em Penedo. Aos treze anos, foi morar na casa da Tia Zulmira, em
Aracaju, com o objetivo de estudar. Fez o curso ginasial no Colégio Salesiano e
o científico no Atheneu Sergipense. Como bom aluno em matemática, ensinava
banca na casa da tia, e nunca faltou alunos.
Filho
de operário, órfão de mãe, criado por uma tia vitalina em Aracaju, como ir
prestar vestibular para medicina na Bahia, quem pagaria essa conta? Nessas
horas uma solução aparece. O Comendador Peixoto ao saber que um filho de um
operário de sua fábrica queria ir estudar medicina na Bahia e não tinha
condições, usou o prestígio, e arrumou um emprego para o jovem Everton em
Salvador, no Serviço de Água e Esgoto da Bahia. Tendo do que viver, Everton foi
morar na pensão de dona Mirtes, no Beco do Mijo, em Salvador. Dona Mirtes era uma
sergipana, que ao lado de dona Lila, de Itabaiana, que tinha outra pensão, recebiam
os estudantes sergipanos de menor poder aquisitivo.
Everton
entrou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1948 e concluiu o curso em dezembro
de 1954, numa turma recheada de sergipanos. Fez toda a formação médica dirigida
para a obstetrícia, pensando em ser parteiro. Perto de se formar, recebeu a
visita do Dr. Carlos Firpo, diretor do Hospital Santa Izabel em Aracaju, que
levou uma proposta ao jovem estudante. Precisamos de você em Aracaju, mas como Anestesiologista.
Everton pensou, e resolveu passar mais um tempo na Bahia depois de Formado,
para receber um treinamento na nova especialidade. Destaca-se, que o Dr.
Everton conheceu na Bahia a destemida enfermeira Railda Andrade de Oliveira
(foto), com quem se casou em 07 de novembro de 1957 (estão completando 60 anos
de casados).
Em
Aracaju, o Dr. Everton foi trabalhar como anestesista no Hospital Santa Izabel;
plantonista no SAMDU, uma urgência da Previdência Social; plantonista no Pronto
Socorro Municipal, que funcionava nos fundos da antiga sede da Prefeitura, no
Parque Olímpio Campos; e tinha o seu consultório particular no Edifício Maiara.
Uma vida modesta, voltada para a medicina, no tempo em que a base do trabalho médico
era a filantropia. Everton nunca foi de muita conversa, um homem simples, que gostava
mesmo era de jogar buraco com os amigos, e das pescarias nos finais de semana.
O Dr. Everton e a enfermeira Railda, educaram seis filhos: a enfermeira e
advogada Acácia, Ulisses, Clara, Paulo, Beto e Fábio; e possuem nove netos e três
bisnetos, chamando atenção para a neta Luise, que decidiu seguir a profissão do
avô e é anestesista na Bahia. Na entrevista com o Dr. Everton de Oliveira, constatei
a tranquilidade de quem tem a certeza que cumpriu a sua missão na vida salvando
vidas com decência e dignidade.
Antonio Samarone.
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