Major
João Teles de Menezes, histórias do povo sergipano.
Em
1952, o Governo Vargas iniciou uma caçada nacional aos militares considerados subversivos,
a pedido da CIA, onde foram realizadas mais de mil prisões pelo no Brasil. A
caçada chegou a Sergipe entre os dias 16 e 17 agosto de 1952. A polícia
política do exército prendeu alguns militares considerados subversivos em
Aracaju, entre eles os Majores João Teles de Menezes e Humberto de Andrade; e os
sargentos Manuel Messias dos Santos, João Alves Santana, Antônio Rodrigues da Silva,
presidente da Casa do Sargentos. Os presos foram levados para a sede da Capitania
dos Portos, onde foram submetidos a torturas cruéis. Poucos dias depois, nove presos (entre eles o
Major João Teles) foram colocados num avião, com o destino ignorado. Na mesma
operação, a polícia política estabeleceu o cerco aos civis, entre eles o
destacado jornalista Fragmon Carlos Borges, sergipano de Frei Paulo.
O Major
João Teles de Menezes passou um tempo sem que a família soubesse o seu
paradeiro, não se sabia nem se ele estava vivo. A esposa, dona Horonita (foto),
não teve descanso enquanto não localizou o marido, preso a 15 meses no
Regimento de Cavalaria e Guarda da Base Naval de Natal, RN, por envolvimento
num inquérito policial militar instaurado em Aracaju. O Coronel Amaury Kruel,
comandante do RCG, manteve o Major João Teles incomunicável, sem direito ao uso
do telefone, nem ao banho de sol, durante todo o período da prisão. Dona
Honorita procurou o famoso advogado Evandro Cartaxo de Sá, defensor de presos
políticos, e finalmente, em novembro de 1953, o Superior Tribunal Militar libertou
o Major João Teles de Menezes, preso injustamente.
João
Teles de Menezes nasceu em Laranjeiras, em 14 de junho de 1903, filho de José
Hermenegildo Teles de Menezes e de Clotildes Menezes (professora Santinha).
Estudou o primário com a mãe e concluiu na escola da professora Possidônia
Bragança. Na adolescência foi tropeiro e mascate. Em 1922, já no exército,
casou com Heronita Nascimento Teles, e tiveram oito filhos: Eurípedes, Etodéa, Hermínia,
José, Juarez, João Alberto, Clotildes e Eraldo. Serviu o exército em Natal, RN.
Admirador de Luiz Carlos Prestes, participou do Movimento Tenentista e da
Intentona Comunista de 1935, permanecendo ligado a causa até a morte. Faleceu
em 24 de fevereiro de 1981.
Antônio
Samarone.
Nenhum comentário:
Postar um comentário