O Coreto de roupa nova.
(Por Antonio Samarone)
Os Coretos nasceram na China. Originalmente, um local ao ar livre para apresentações musicais, sobretudo os cânticos.
Quando o homem começou a cantar, já dançava, soprava flauta, pintava e esculpia. Todas voltadas para a sobrevivência. Só o canto é sublime. Canta-se para seduzir os deuses.
Os antropólogos conhecem as dificuldades para as mulheres sertanejas entoarem as “excelências”, em velórios e sepultamentos. Os cânticos sacralizam os velórios, encantam os deuses e aproxima a eternidade.
Os Templários subiam as fogueiras cantando. Quem canta, seus males espantam.
“A ferida de Ulisses, feita pelo javali no monte Parnaso, foi sarada pelo filho de Autólicus, cantando a fórmula que fazia cessar a hemorragia.” – Câmara Cascudo.
No Brasil, os coretos datam do período colonial. Entretanto, a sua disseminação deveu-se ao movimento Tenentista, na ânsia de difundir o nacionalismo. As bandas marciais precisavam de um espaço para os seus dobrados.
A Revolução de 1930, trouxe os coretos. O de Itabaiana (foto) é de 1934, construído na gestão do Intendente Othoniel Dorea. Um coreto quase centenário, 91 anos.
Com o tempo, os coretos caíram em desuso. Foram meio esquecidos.
Esse ano, em Itabaiana, os velhinhos da Praça da Igreja tomaram as dores do coreto. Protestaram: não é justo a prefeitura colocar na praça, sanitários comandados pela inteligência artificial, que até fala, e deixar o velho coreto abandonado.
A Praça está sendo ajardinada nos moldes de Versalhes, superando os jardins suspensos da Babilônia. Já é a Praça mais bela de Sergipe.
Pedido atendido: o coreto foi embelezado e entrará o ano novo de roupa nova.
Por falar em Natal, Itabaiana acenderá as luzes na sexta-feira, dia 05, depois da missa das 19 horas, na Matriz de Santo Antonio e Almas. Vale a pena.
Antonio Samarone – Secretario de Cultura de Itabaiana.

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