O Carnaval do Descanso.
(por Antonio Samarone).
O domingo de carnaval em Aracaju, amanheceu em silêncio. O reinado de Momo é tempo de descanso. Por aqui, quem gosta de folia já viajou. O carnaval é comer, beber e descansar.
Culturalmente, Aracaju é uma cidade neutra. Sem uma marca cultural. Sem manifestações originais. Procurei saber as opções para o carnaval e são oferecidos passeios (Orla Por do Sol, Croa do Goré, Museu da Gente Sergipana, Orla da Atalaia e a Passarela dos Caranguejos).
Não estou me queixando, nada pessoal. Estou falando do carnaval que vejo no Aracaju. Por mim, passaria o carnaval em trilhas ambientais, fazendo ecoturismo. Adoro esses passeios no Vaza Barris.
Em Aracaju nada de blocos, desfiles, carnaval de rua. Nem os antigos bailes de carnaval em clubes. Sim, eu sei, tem o rasgadinho. Existem manifestações isoladas de foliões insistentes. Aqui, ali e acolá.
As festas em Aracaju são plágios da Bahia. Não do tropicalismo, da boa música baiana; plagiamos a raiz mercadológica do axé. As festas são organizadas, via de regra, pelo Poder Público, em busca de legitimidade entre os jovens.
Aracaju, culturalmente, produz e consome o que vem de fora. A nossa principal TV aberta está transmitindo o circuito Barra/Ondina. A política cultural em Sergipe é ditada pelos empresários da cultura. Vai do folclorismo ao provincialismo.
A Prefeita Emília, Leoa de Judá, poderia aproveitar a tranquilidade carnavalesca de Aracaju, para promover o turismo de descanso, para quem não gosta do furdunço. Tenho certeza que seria um destino muito procurado.
Antonio Samarone – Secretário de Cultura de Itabaiana.
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