sábado, 15 de fevereiro de 2020

O COMUNISMO LÁ E CÁ.


O comunismo lá e cá... (por Antônio Samarone)

A China construiu e botou em funcionamento um hospital com 1.600 leitos, em 8 dias.

Essa maternidade em Aracaju (foto), que está sendo construída no bairro 17 de março, se arrasta há 5 anos.

A obra, orçada inicialmente em R$ 11.357.195,75, foi iniciada no dia 8 de junho de 2015. O Ministério da Saúde (MS), liberou a primeira parcela em setembro de 2015, no valor de R$ 50 mil e a segunda parcela no dia 29 de dezembro de 2015, no valor de R$ 1.110.640,00.

A obra hoje já está em 17 milhões (o aumento do saco de cimento), e a prefeitura não sabe quando entrega.

Por que a construção da maternidade da Prefeitura está sendo empurrada com a barriga?

Em Aracaju são realizados por mês 1.665 partos (dado de 2017). Cerca de mil partos/mês pelo SUS. A rede pública atende em duas maternidades: a Nossa Senhora de Lurdes (79 leitos) e a Santa Izabel (89 leitos). Ou seja, os mil partos/mês pelo SUS são atendidos pelos 168 leitos existentes. Não se tem notícia de fila para parir em Aracaju. Está funcionando!

Recentemente, o Estado gastou uma pequena fortuna para reformar a antiga maternidade Hildete Falcão Batista (62 leitos). Continua fechada para partos.

A Universidade Federal de Sergipe está concluindo uma maternidade com 118 leitos, com previsão de entrega para maio de 2020 (isso mesmo, esse ano).

Ou seja, já existem prontos mais 180 leitos de maternidade para o SUS, em Aracaju, superior aos leitos já existentes e que está dando conta. Como o número de partos não vai aumentar, nem os recursos repassados pelo Ministério da Saúde, com a oferta de novos leitos, vai precisar dividir o orçamento pelos partos realizados em cada maternidade, inviabilizando o financiamento de todas elas.

Você pensa que a falta de planejamento parou por aí? Não! A bem gerida Prefeitura de Aracaju está construindo essa outra maternidade. Com as seguintes especificações:

A maternidade da Prefeitura terá 50 leitos de média complexidade, 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, 10 leitos de Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional, cinco leitos de Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru, 50 alojamentos conjuntos (mãe e bebê agrupados); duas salas cirúrgicas com três leitos de recuperação pós anestésica; três leitos de cuidados intermediários; dois leitos de estabilização; nove leitos de aplicação de medicação e observação, e oito quartos PPP.

Deus benza! 

Resta saber quem pagará a conta para ela funcionar. Vai dividir os repasses do Ministério da Saúde com as demais maternidades de Aracaju. Na Saúde construir é fácil, o difícil é manter em funcionamento.

Talvez por isso, a construção da maternidade da Prefeitura se arraste a passos de tartaruga.


Antônio Samarone. 

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