terça-feira, 1 de maio de 2018

MANOEL BOMFIM



MANOEL BOMFIM (Academia dos Esquecidos)

Intelectual e escritor sergipano, pouco lembrado em Sergipe. Um rebelde, que construiu um contra discurso aos conservadores. Combatido por Sílvio Romero e Oliveira Viana. O nacionalismo foi o traço marcante da obra de Manoel Bomfim. Combateu as teorias racistas de sua época, da supremacia de raças e a da eugenia. Insurgiu-se contra o bacharelismo rico de axioma e formulas mortas, o saber livresco, sobretudo das classes dirigentes da América Latina.  

Manoel Bonfim nasceu em 8 de agosto de 1868 em Aracaju/SE, filho de Paulino José do Bomfim e Maria Joaquina do Bomfim. Formou-se em medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro em 1890, defendendo a tese “Das Nefrites”. Em 1891, foi nomeado médico da Secretaria de Polícia, tornando-se tenente-cirurgião da Brigada Policial do Distrito Federal. Considerado por Darcy Ribeiro, como o fundador a antropologia brasileira.

Em viagem a Paris (1902), desenvolveu seus estudos em Psicologia, tendo frequentado o Laboratório de Psicologia anexo à Clínica Jouffroy, em Saint'Anne. Neste período, Bomfim estudou com George Duma e Alfred Binet, com quem planejou a instalação do primeiro Laboratório de Psicologia Brasileiro, instalado em 1906 no Pedagogium, do qual foi diretor por quinze anos. De volta ao Brasil, foi nomeado diretor da Instrução Pública.

Autor de várias obras: América Latina: Males de Origem; O Brasil na América; O Brasil na História e O Brasil Nação: Realidade da Soberania Brasileira. Redator do República, Educação e Ensino, fundou a Universal. Colaborou na Notícia, Tribuna, Jornal do Commercio, Illustração Brasileira, O Paiz. Escreveu: Parecer sobre as águas do rio Poxim, Compendio de Zoologia, Alucinações auditivas dos perseguidos, Olavo Bilac, O ciúme, A obra do germanismo, Noções de Psychologia.

Segundo Thetis Nunes, Bomfim era um “Estudioso apaixonado dos problemas brasileiro, ao diagnosticar os seus males, ele foi além de Sílvio Romero. Imbuído da sociologia de Gabriel Tarde, de um biologismo, as vezes exagerado, também conheceu os teóricos marxista como se percebe através das citações de Engels, Marx, Lenine e Jaurès, entre outros.”

Bomfim defendia que os males do atraso brasileiro não era consequência de nossa composição étnica, climática ou de uma hipotética inferioridade de raça devido à mestiçagem. Em sua compreensão, para o Brasil se tornar um país democrático e progressista era necessário investir na educação.

Deputado federal por Sergipe (1907) e Secretário de Educação do Distrito Federal. Em 1918, foi condecorado pelo rei da Bélgica com a Ordem de Leopoldo. Existe uma excelente biografia do intelectual sergipano: O Rebelde Esquecido, Tempo Vida e Obra de Manoel Bomfim, de Ronaldo Conde Aguiar. Manoel Bomfim, faleceu em 21 de abril de 1932, no Rio de Janeiro/RJ, com 63 anos.

Antonio Samarone.

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