Sergipe na contramão da história.
Não é segredo que as energias sustentáveis (eólica, solar, biomassas,
etc) representam o futuro. O mundo anda nesta direção. No Brasil, o Nordeste
representa o polo mais avançado da renovação de fontes energéticas. O Rio
Grande do Norte, por exemplo, possui 122 Usinas Eólicas em operação e mais 25 sendo
construídas. O Piauí inaugurou o maior parque de energia fotovoltaica (solar)
da América Latina.
E em Sergipe, por onde caminhamos? Possuímos o acanhado Parque Eólico
Barra dos Coqueiros, com a capacidade instalada de apenas 34,5 MW, e nenhuma
previsão de novos. Um Parque quase simbólico. Por outro lado, estamos fazendo
festa pela instalação da maior termoelétrica da América Latina, atividade entre
as mais poluentes do mundo, nas proximidades de um polo turístico (os condomínios
da Barra dos Coqueiros). Na realidade, as grandes empresas internacionais,
produtoras de energias de fontes poluentes e não renováveis, estão procurando
lugares remotos, com baixos índices de cidadania, para se instalarem. E
escolheram Sergipe.
Na fase de construção gera empregos, libera recursos para recuperar
alguns equipamentos culturais e cria a ilusão que Sergipe pode se recuperar
economicamente. Observação: não incide tributos estaduais sobre a produção de
energia; sendo mais claro, o estado não tem nada a arrecadar. Por outro lado, a
médio e longo prazo uma questão se impõe: começando a funcionar a partir de
2020, quais serão as consequências para o meio-ambiente e para a saúde das
populações afetadas? No futuro, a chuva ácida e gases para apressar o aquecimento
global...
Antônio Samarone.
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