sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

A CIDADE DA ESTÂNCIA


A Cidade da Estância

Tirei a manhã para visitar a tradicional cidade da Estância, berço de intelectuais, com suas escolas de piano, sua imprensa combativa, seu casario suntuoso, considerada cidade jardins, pelo Imperador Pedro II, vanguarda da civilização em Sergipe. A Estância de Raymundo Silveira Souza, Prefeito por três vezes, exemplo para Sergipe.

Citando Edilberto Campos: “A Estância das praças ajardinadas e da limpeza das ruas, dos edifícios comerciais e residenciais revestidos de lindos azulejos portugueses e ornados de estatuetas de louça esmaltada, mostrando a opulência da época em que por ali saiam em vapores e veleiros, caixas de açúcar, fumo de rolo e algodão em fardos, e entravam as sedas e objetos de luxo, importados diretamente da Europa, ou via Bahia” – Acabou! A Estância da papelaria de João Nascimento acabou. O fantasma de “Nô Galo” está entristecido com o destino da Estância.  

Encontrei uma Estância em decadência: o belo casario despencando, o tradicional azulejo português destruído, a catedral de Nossa Senhora de Guadalupe fechada (“para reformas”), há anos. A cidade padece de uma injustificada pobreza, visível em passeio pela Capitão Salomão. A cidade da Estância está precisando da iniciativa dos seus líderes, para retomar o seu destino histórico. A recente notícia da instalação de uma faculdade de medicina, pode ser um primeiro passo.

Antônio Samarone.

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