A Cidade da Estância
Tirei a manhã para visitar a tradicional
cidade da Estância, berço de intelectuais, com suas escolas de piano, sua
imprensa combativa, seu casario suntuoso, considerada cidade jardins, pelo Imperador
Pedro II, vanguarda da civilização em Sergipe. A Estância de Raymundo Silveira
Souza, Prefeito por três vezes, exemplo para Sergipe.
Citando Edilberto Campos: “A Estância
das praças ajardinadas e da limpeza das ruas, dos edifícios comerciais e
residenciais revestidos de lindos azulejos portugueses e ornados de estatuetas
de louça esmaltada, mostrando a opulência da época em que por ali saiam em
vapores e veleiros, caixas de açúcar, fumo de rolo e algodão em fardos, e
entravam as sedas e objetos de luxo, importados diretamente da Europa, ou via
Bahia” – Acabou! A Estância da papelaria de João Nascimento acabou. O fantasma
de “Nô Galo” está entristecido com o destino da Estância.
Encontrei uma Estância em decadência: o
belo casario despencando, o tradicional azulejo português destruído, a catedral
de Nossa Senhora de Guadalupe fechada (“para reformas”), há anos. A cidade
padece de uma injustificada pobreza, visível em passeio pela Capitão Salomão. A
cidade da Estância está precisando da iniciativa dos seus líderes, para retomar
o seu destino histórico. A recente notícia da instalação de uma faculdade de medicina, pode ser um primeiro passo.
Antônio Samarone.
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