terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O NOVO ELEITOR


O novo eleitor.
A confissão de quebradeira do estado, feita por Jackson Barreto na TV, repercutiu na opinião pública. O governador falou como se não tivesse nada a ver com o fato, como estivesse diante de uma fatalidade. O jornalista Claudio Nunes cobrou explicações. A verdade é que o governo das mudanças (MDB/PT) assumiu com muito dinheiro em caixa e, após dez anos, encontra-se devendo, quebrado, e sem conseguir manter as obrigações do dia-a-dia. Os indicadores econômicos e sociais despencaram em Sergipe.
A sociedade aguarda um diagnóstico: como chegamos ao fundo poço e quais os caminhos para a superação? Ao governo não basta a constatação do desastre, é preciso identificar os erros e apontar os consertos. Para o governo das mudanças permanecer no comando do estado, como pretende, não basta a cooptação dos chefes políticos, o tradicional troca-troca; será preciso uma mea-culpa, um reconhecimento dos malfeitos, e de novas promessas.
As oposições também precisam de uma boa narrativa. As críticas genéricas e as promessas de solução, sem apontar os caminhos, não serão suficientes. Por enquanto, nada de consistente. Tudo ainda pode acontecer, até mesmo a composição de uma parte da oposição com o governo. Quem está no governo sair, largar o osso, já é mais difícil. Mas pode haver um realinhamento nacional que repercuta em Sergipe. Por exemplo: quem vai comandar o MDB em Sergipe nas eleições? Como se dizia no Império: “nada mais parecido com um conservador que um liberal no governo”. Existem variáveis em aberto, indefinidas, e Sergipe é pródigo nessas misturas de última a hora.
Esse tipo de raciocínio é supondo que a crise está mudando as consciências, e que teremos um novo eleitor em 2018. Se não, esqueçam tudo. No jogo tradicional vale as composições de bastidores, os compromissos espúrios, os acertos, o toma lá dá cá, o leilão dos espaços públicos, as sinecuras e os privilégios. Em resumo, o poder econômico continuará decidindo a política, e o eleitor um simples figurante.
Antônio Samarone.

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