Aracaju na história da saúde pública.
Em 1936, O higienista Evandro Chagas,
filho do famoso Carlos Chagas, deu início às pesquisas sobre a leishmaniose
visceral no Brasil. Em março deste ano, ele anunciou, em uma nota prévia no
periódico Brasil-Médico, o encontro do primeiro caso vivo de leishmaniose
visceral no Brasil. “[...] tivemos a oportunidade de encontrar o primeiro caso
clínico autóctone de kala-azar do Brasil” (CHAGAS, 1936a: 221). Identificado
como L. F., o jovem de 16 anos da cidade de Aracaju (SE) encontrava-se
enfermo havia cerca de um ano e meio e já havia perdido sua mãe e irmã;
supostamente os três haviam contraído a doença na mesma ocasião. Evandro Chagas
declarou que os aspectos do desenvolvimento da doença ocasionada pelo parasita
em questão eram “parecidos com os da Leishmania donavani” e nomeando a doença
investigada pelos pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz de “leishmaniose
visceral do Brasil” (CHAGAS, 1936a: 221-222). Nessa primeira nota, já se referiu
à doença como uma possível entidade mórbida local, diferente daquelas
encontradas na África, no Mediterrâneo e na Índia.
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