sexta-feira, 6 de julho de 2018

IMORTAIS DE PROVÍNCIA



Imortais de província...

Maceta (Agdo Oliveira Santos, nos documentos), filho de Zé Bigodinho e Dona Irene, da cepa dos ferreiros. Nascido à 11 de junho de 1950. Encarnou o típico Itabaianense: xistoso, ácido, irônico por índole e sarcástico por necessidades. Maceta era temido e invejado, por sua inteligência anárquica e desconcertante.

Maceta faleceu há 26 anos, em 06/01/1992, ainda jovem, mas em qualquer bate-papo entre Itabaianenses da sua geração, as suas estórias são contadas e recontadas. Suas graças, tiradas, armações, sátiras são relembradas. A capacidade criativa de Maceta era infinita. A companhia de Maceta era disputada. O papo inteligente, as piadas, gracejos, e causos reais e inventados. Maceta conhecia a alma humana.

Maceta foi advogado, formado na tradicional escola do Recife. Viveu intensamente, ignorando regras e convenções. Um boêmio a moda antiga. Maceta construiu uma narrativa bem-humorada da província. Não deixou nada escrito, mas as suas estórias circulam no boca-a-boca. Maceta não foi rico, nem poderoso, nem importante, mas construiu um mundo simbólico. Alargou a vida da sua aldeia, botando uma boa pitada do universal.

Antonio Samarone.

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