sábado, 14 de maio de 2016

PRIMEIRO HOSPITAL PSIQUIÁTRICO DE SERGIPE




Colônia Eronides Carvalho - Primeiro Hospital psiquiátrico de Sergipe localizava-se nas imediações do povoado Sobrado, em Socorro. (foto rara, do arquivo do pesquisador alagoano Etevaldo Amorim).

A passagem do médico Eronides Ferreira de Carvalho pelo Governo de Sergipe (1935 – 1941), foi proveitosa para a Saúde Pública. Organizou o Departamento Estadual de Saúde Pública, incorporando o Instituto Parreiras Horta, o Instituto de Química e Bromotalogia, os serviços de pronto socorro e de assistência dentária e escolar. Nomeou como Diretor da Saúde Pública, um sanitarista de renome nacional, Claudio Magalhães da Silveira. Contratou uma enfermeira diplomada pela Escola Ana Nery, do Rio de Janeiro, e montou uma bem treinada equipe de 12 visitadoras sanitárias.

Transformou uma antiga cadeia pública no Palácio Serigy (inaugurado em 27 de novembro de 1938), sendo considerado o melhor centro de saúde do Nordeste; construiu o primeiro hospital psiquiátrico, Colônia Eronides Carvalho; o leprosário, Colônia Lourenço Magalhães, com 76 leitos, iniciou a construção do hospital Sanatório (tuberculose) e do hospital Infantil (anexo ao hospital de Cirurgia).

Somente em meados de fevereiro de 1941 cerca de 45 doentes mentais deixaram as dependências da Penitenciária Modelo, onde até então eram enclausurados em Sergipe, e são transferidos para o Hospital Colonia, recentemente inaugurado na fazenda Santa Rosa. Em outras palavras, somente a partir de 1941 é que os doentes mentais em Sergipe passam a receber assistência médica, pois até essa data eram trancafiados na penitenciária junto com os criminosos. O fato gerou um grande acontecimento em Aracaju, a população saiu às ruas para acompanhar extasiados a novidade. Os doidos foram fotografados, para assinalar esse fato histórico.
 
Esse hospital colonia destinado ao atendimento dos alienados mentais estava localizado a cerca de 10 Km de Aracaju, na fazenda Santa Rosa, nas proximidades do atual povoado Sobrado, município de Socorro, estava estruturado para acomodar até 102 pacientes. Sua estrutura era formada por oito pavilhões, assim distribuídos: um pavilhão administrativo, onde funcionavam a diretoria, a secretaria, apartamento para o médico interno, laboratório, farmácia, biblioteca, gabinete dentário, de otorrinolaringologia, almoxarifado e sala para pequenas cirurgia; dois pavilhões para os calmos (masculino e feminino); dois pavilhões para os agitados; um pavilhão de refeitório; um pavilhão de rouparia e um outro para a capela e o necrotério.

Era considerada como uma cidade de portas abertas, uma psicolândia, onde estavam também previstas atividades esportivas e de lazer, introduzindo a proposta de ludoterapia. Para quem acabava de sair da cadeia pública tudo isso não deixava de ser uma grande novidade. Completando as ações hospitalares, também funcionava no Serigy um moderno ambulatório para o tratamento de doenças nervosas e mentais, e um escritório de higiene e profilaxia mental. Para a manutenção dessa estrutura foi criado um novo tributo: a taxa de assistência aos psicopatas.


Uma pena que a saúde pública em Sergipe dificilmente transformas as boas intenções em realidade. Com pouco tempo de funcionamento, a Colonia Eronides Carvalho estava com as paredes rachadas, pouco zelo na construção, e os doentes aguardando um local para a sua transferência. 

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