Colônia Eronides Carvalho -
Primeiro Hospital psiquiátrico de Sergipe localizava-se nas imediações do
povoado Sobrado, em Socorro. (foto rara, do arquivo do pesquisador alagoano
Etevaldo Amorim).
A passagem do médico Eronides
Ferreira de Carvalho pelo Governo de Sergipe (1935 – 1941), foi proveitosa para
a Saúde Pública. Organizou o Departamento Estadual de Saúde Pública,
incorporando o Instituto Parreiras Horta, o Instituto de Química e Bromotalogia,
os serviços de pronto socorro e de assistência dentária e escolar. Nomeou
como Diretor da Saúde Pública, um sanitarista de renome nacional, Claudio
Magalhães da Silveira. Contratou uma enfermeira diplomada pela Escola Ana Nery,
do Rio de Janeiro, e montou uma bem treinada equipe de 12 visitadoras
sanitárias.
Transformou uma antiga cadeia pública no Palácio Serigy (inaugurado em 27 de
novembro de 1938), sendo considerado o melhor centro de saúde do Nordeste;
construiu o primeiro hospital psiquiátrico, Colônia Eronides Carvalho; o
leprosário, Colônia Lourenço Magalhães, com 76 leitos, iniciou a construção do
hospital Sanatório (tuberculose) e do hospital Infantil (anexo ao hospital de
Cirurgia).
Somente em meados
de fevereiro de 1941 cerca de 45 doentes mentais deixaram as dependências da
Penitenciária Modelo, onde até então eram enclausurados em Sergipe, e são
transferidos para o Hospital Colonia, recentemente inaugurado na fazenda Santa
Rosa. Em outras palavras, somente a partir de 1941 é que os doentes mentais em
Sergipe passam a receber assistência médica, pois até essa data eram
trancafiados na penitenciária junto com os criminosos. O fato gerou um grande
acontecimento em Aracaju, a população saiu às ruas para acompanhar extasiados a
novidade. Os doidos foram fotografados, para assinalar esse fato
histórico.
Esse hospital
colonia destinado ao atendimento dos alienados mentais estava localizado a
cerca de 10 Km de Aracaju, na fazenda Santa Rosa, nas proximidades do atual
povoado Sobrado, município de Socorro, estava estruturado para acomodar até 102
pacientes. Sua estrutura era formada por oito pavilhões, assim distribuídos: um
pavilhão administrativo, onde funcionavam a diretoria, a secretaria, apartamento
para o médico interno, laboratório, farmácia, biblioteca, gabinete dentário, de
otorrinolaringologia, almoxarifado e sala para pequenas cirurgia; dois
pavilhões para os calmos (masculino e feminino); dois pavilhões para os
agitados; um pavilhão de refeitório; um pavilhão de rouparia e um outro para a
capela e o necrotério.
Era considerada
como uma cidade de portas abertas, uma psicolândia, onde estavam também
previstas atividades esportivas e de lazer, introduzindo a proposta de
ludoterapia. Para quem acabava de sair da cadeia pública tudo isso não deixava
de ser uma grande novidade. Completando as ações hospitalares, também
funcionava no Serigy um moderno ambulatório para o tratamento de doenças
nervosas e mentais, e um escritório de higiene e profilaxia mental. Para a
manutenção dessa estrutura foi criado um novo tributo: a taxa de assistência
aos psicopatas.
Uma pena que a
saúde pública em Sergipe dificilmente transformas as boas intenções em
realidade. Com pouco tempo de funcionamento, a Colonia Eronides Carvalho estava
com as paredes rachadas, pouco zelo na construção, e os doentes aguardando um
local para a sua transferência.
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