sábado, 4 de agosto de 2018

SILENCIO NA CATEDRAL



Silencio na Catedral.

A bela Catedral de Nossa Senhora de Guadalupe encontra-se em reforma há uma eternidade. Poucos se lembram da última missa ali celebrada. A diocese da Estância foi criada em 30 de abril de 1960 e possui vinte paróquias. Na atualidade, o bispo é o italiano Dom Giovanni Crippa. No ritmo das obras, poucos alcançarão essa igreja funcionando.

A igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, parte do patrimônio histórico tombado pelo IPHAN, foi interditada pela Defesa Civil em 15 de setembro de 2014. Continua fechada, e pela velocidade das obras, não existe previsão de funcionamento. A razão alegada é a falta de recursos. Quem pode ajudar?

Tudo bem, Estância é uma de cidade de muitos pobres, mas os poucos ricos são muito ricos. Estância foi o centro cultural de Sergipe por muitos anos. Terra de artistas e intelectuais. Entendo as dificuldades, pois até a reforma da catedral de Aracaju precisou do dinheiro público (de fiéis e infiéis), para o andamento da obra.

Acho que os barões endinheirados da Estância, poderiam ajudar na recuperação da Catedral. O capital precisa cumprir a sua função social, prevista na Constituição. Afinal, a riqueza foi gerada pelo suor de muita gente. A Catedral é uma igreja centenária, construída no século XVIII. Em 1903, teve acrescida a torre do relógio. Foi lá o primeiro túmulo de Inácio Barbosa, o governante que transferiu a Capital para Aracaju.

Mal comparando, comenta-se que a suntuosa igreja que está sendo erguida, ao lado do viaduto do DIA, em Aracaju, será um templo da Universal. Os gastos são suficientes para reformar dez Catedrais de Nossa Senhora de Guadalupe. Outros tempos, outros templos. Pelo menos economicamente, a toda poderosa igreja romana está sendo suplantada em Sergipe.
Antonio Samarone.

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