Acabaram com o Serigy.
Um crime contra a memória da
Saúde Pública. A destruição já começou, toda a fiação está sendo retirada. Os
corredores vazios e as salas abandonadas. Fui na antiga sala da abreugrafia, procurar
Seu Luís, nada. O berço da Saúde Pública em Sergipe, inaugurado em 1936, com a
presença do Ministro da Saúde, Centro de Saúde de excelência, a nível nacional,
foi fechado por Jackson Barreto. Lembro-me do orgulho do Dr. José Machado de
Souza, quando tomou posse como Secretário da Saúde, no Palácio Serigy. Grandes
nomes da medicina e da enfermagem sergipana passaram pelo Serigy.
O governador Jackson Barreto apagou
a memória da Saúde Pública em Sergipe. O prédio está conservado, amplo, mas
ficou pequeno para as ambições políticas do primo, que ele coroou como
Secretário da Saúde. Passamos por um período de trevas na Saúde Pública. Soube
que vão botar o SAMU na parte dos fundos do Serigy, onde ficavam os expedicionários
da Segunda Guerra. Vamos aguardar.
Hoje na visita ao Serigy, senti a
revolta dos que construíram a Saúde Pública em Sergipe. Costa Pinto, Garcia
Moreno, Walter Cardoso, Gilton Resende, Eduardo Vital; as nossas enfermeiras da
Ana Nery, as assistentes sociais, todos os funcionários que por ali passaram, unidos,
me fizeram um pedido: lute para o Serigy não acabar. A sala da Dra. Jacy estava
vazia, nenhuma parteira. Na saída, fui ao quartinho do Seu Zé Carlos, e ele estava
lá, triste, Dona Maria continua na sala do cafezinho, cheia de estórias; esses são
eternos, nem Jackson Barreto remove. Por fim, um desabafo de impotência: Não tirem
o Serigy da Saúde Pública.
Antônio Samarone.
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