A melhor idade.
O envelhecimento da população
leva inexoravelmente ao aumento das demências irreversíveis. Entre elas, o Alzheimer
corresponde a mais de 50%. A perda da memória e da atividade cognitiva apavora a quem
sabe do que se trata. Entre as enfermidades, talvez sejam as demências que causem
mais temor. Uma pessoa com Alzheimer terminal, ainda pode viver 12 anos.
Contrariando os crentes na auto-ajuda,
nas teses simplórias que só envelhece quem quer, basta sentir-se jovem, que os
problemas desaparecem; as demências não respeitam essas bobagens. Com a idade
elas chegam, ignorando a ilusão e o pensamento positivo dos “velhos de espírito
jovens”. Ou seja, as receitas da auto-ajuda não funcionam.
A medicina não se deu por
vencida. Se os exercícios da mente (auto-ajuda) não afastam as demências, porque
não exercitarmos o cérebro? Isso mesmo, fazer ginástica cerebral (brainfitness),
uma forma de aumentar as reservas do cérebro. Se o cérebro está involuindo,
atrofiando, regredindo; vamos estimular a neurogênese e a criação de novos
circuitos cerebrais, adiando as demências.
Essa é a novidade: com a idade,
começarmos a fazer coisas novas. Escovar os dentes com a mão contrária, andar pela
casa de trás para frente, conferir as horas pelo espelho, aprender tocar um instrumento,
fazer trilhas, ioga, pintar e bordar, desde que estejamos estimulando circuitos
inativos do cérebro. Claro, isso não impede a chegada das demências, mas pode
adiá-las por um bom tempo. Tem uma certa lógica, o risco é a gente desaprender
a andar para frente.
Antônio Samarone.
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