Os direitos humanos serão
proibidos no Brasil.
O desprezo pela vida foi a marca
da civilização no Brasil. Foi assim com índios e negros, consumidos pela
violência, maus tratos e extermínio, ao longo de nossa história. Continua sendo
assim com a população mais pobre. Presos e mortos, sem direito aos serviços da
justiça. Dependendo do crime, a execução sumária está socialmente autorizada. A
vingança substituiu a justiça.
A relação cangaço/volante era
mais civilizada. O medo da violência é quem legitima mais violência. Todos os
excluídos são suspeitos de tráfico ou de envolvimento com o crime, no mínimo coniventes,
e muitas vezes eles não conseguem provar a sua inocência. São mais de 600 mil
jovens encarcerados no Brasil, uma boa parte sem a devida condenação judicial.
Os porta-vozes da violência,
diante de chacinas, execuções e linchamentos, esbravejam: - não me venham com
essa lorota de direitos humanos, quem tiver pena de bandido, que leve para a
sua casa. E os últimos e raros defensores dos “direitos humanos” estão intimidados,
caíram na clandestinidade. Ficaram com medo de levantarem as suas bandeiras, e caírem
em desgraça na opinião pública.
Só falta aparecer um parlamentar,
desses da bancada BBB, para apresentar um projeto de lei proibindo os direitos
humanos no Brasil, tornando-o crime inafiançável. E por ironia, ainda colher
assinaturas, para torna-lo de iniciativa popular. Em pesquisa recente, 87% da
população sente-se mais indignada com os maus-tratos aos animais (sobretudo
cães e gatos) que aos humanos. A solidariedade, a fraternidade e a compaixão saíram
de moda, e até a misericórdia estrou em vias de extinção.
Antônio Samarone.
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