sexta-feira, 13 de setembro de 2019

A BIENAL DE ITABAIANA


A Bienal de Itabaiana (2019). (Por Antônio Samarone)

Numa palestras recente, Vargas Llosa pediu para que as crianças lessem, para não serem enganadas. Pediu para que procurassem uma literatura crítica, com a capacidade de manter vivo o descontentamento com a realidade, e que se afastassem das artes como puro entretenimento.

“O entretenimento é divertido e fácil de digerir, mas não acho que, como a literatura, forme cidadãos ideais para uma sociedade democrática. Os livros deixam uma marca muitíssimo maior; geram cidadãos com um espírito crítico, e a democracia não pode sobreviver sem um espírito crítico.” (Llosa)

O medo de Vargas Llosa é que a mediocridade invada também a literatura, a poesia e as artes em geral.

“Os tempos mudaram. Ninguém tomou a Bastilha, nem pôs fogo no Reichstag, o Aurora não fez um único disparo. E, no entanto, o ataque foi lançado e teve êxito: os medíocres tomaram o poder.” (Deneault)

“O que faz de melhor uma pessoa medíocre? Reconhecer outra pessoa medíocre. Juntas se organizarão para puxarem o saco uma da outra, vão se assegurar de devolverem favores uma à outra e irão cimentar o poder de um clã que continuará a crescer, já que em seguida encontrarão uma maneira de atrair seus semelhantes.” (Musil)

Acredito que a Bienal de Itabaiana seja parte dessa resistência à mediocridade, um chega prá lá na estupidez...

Antônio Samarone.

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